Reitor da UFSC está entre os 35 imortais da Academia de Canto e Letras do CENETI. Cerimônia de Posse de Acadêmicos emocionou e oficializou a chegada da Diretoria que conduzirá a ACLC até 2021

Vestidos com Samarra e de medalhas, os novos acadêmicos exibem seus diplomas. Da esquerda para direita: Jacira Farina, Elírio Tejada Franceschi, Marlene Buzzi Maiocchi, Reitor Ubaldo César Balthazar, Ana Paula Balthazar, Henrique Sales Rosica e Leda Mônica Fialho de Oliveira

A Cerimônia de posse dos 10 últimos acadêmicos da Academia de Canto e Letras do CENETI-ACLC, realizada na tarde de sexta-feira, 24, na Biblioteca Central da UFSC, mexeu com o público. Teve descontração, quebra de protocolo e momentos emocionantes, marcados por discursos emotivos e abraços demorados de reencontro, de parabenização, de agradecimento e por música e poesia. A presença do Reitor da UFSC, professor Ubaldo Cesar Balthazar, na qualidade de “ilustre confrade”, a vestir Samarra e receber diploma e medalha, como a ele se referiu a nova Diretora Geral da ACLC, Ivonita Di Concílio, deixou o público admirado. Até ali, não se sabia quem seriam os 10 últimos acadêmicos a compor o marco de 35 patronos que compõem a Academia.

Mesa de abertura, da esquerda para direita: Leny Baessa, Eddy Frantov, Reitor Ubaldo César Balthazar, Osmarina Maria da Silva, Ivonita Di Concílio e Rogério Cid Bastos

Durante a Cerimônia, uma das palavras mais citadas foi “Privilégio”.

-Coube a mim, também, a honra de receber em nossos quadros um ilustre confrade: esta pessoa simples, que hoje se encontra sentada entre outros “imortais”, como se fosse o mais comum acadêmico dentre nós: o professor Ubaldo César Balthazar- magnífico Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina”, disse Ivonita Di Concílio.

Acender das velas, leitura do Hino da Academia e fala da presidente Osmarina marcaram abertura

Na abertura, o Cerimonial já sinalizava para uma tarde alegre e festiva. “O historiador e filósofo Will Durant, autor da História da Civilização e da Filosofia, tem junto à sua obra um marco que se traduz, que toda história do mundo se faz pela história dos grandes homens, sendo que os grandes feitos e conquistas humanas não saem dos campos de batalhas e sim dos cérebros e dos corações. Assim queremos emocionar a todos, com uma programação recheada de atrações artísticas patrocinadas pelos nossos próprios acadêmicos”, anunciava a cerimonialista.

A mesa de abertura foi composta por Osmarina Maria de Souza, diretora da Academia de Canto e Letras do CENETI (gestão 2017/18); Professor Ubaldo César Balthazar, Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina; Professor Rogério Cid Bastos, Pró-Reitor de Extensão da UFSC; Eddy Frantov, Presidente do Centro dos Estudantes do NETI-CENETI e por Leny Baessa Nunes-presidente do Conselho Municipal do Idoso de Florianópolis.

Um dos momentos especiais foi o acendimento simbólico das velas, pela acadêmica Amélia Moema Veiga Lopes, acompanhado de descrição por parte do Cerimonial: “A vela amarela, colocada ao centro, significa revelação; tirando o homem da escuridão; a vela Azul, à esquerda, representa a claridade única e absoluta; que inspira a criação. Já a vela branca, à direita, significa o culto à verdadeira pureza e a Luz da Consciência Acadêmica”,explicou o Cerimonial.

O simbolismo das velas foi sucedido de exibição, em tela, do Hino da Academia de Canto e Letras do CENETI, composto pela Acadêmica Diana Leony Maccgnan Pinheiro e lido por Leny Baessa Nunes. Na sequência, a presidente da ACLC em exercício, Osmarina Maria de Souza, deu boas vindas ao público.

Osmarina aqradeceu a presença do Reitor, falou da Honra da Academia em receber os 10 últimos acadêmicos e destacou a importância dos demais membros da Diretoria para a criação e fundação da Academia. “A Academia muito nos orgulha pois é também um registro da História do NETI”, disse a presidente, para ceder lugar à posse da nova diretoria da ACLC, gestão 2019/21.

Poesia se soma ao Canto na troca de Diretoria

Acadêmica Ivonita Di Concílio, em seu discurso de Posse

A transição de Diretoria envolveu leitura da Posse, pela acadêmica Maria Cecília Antonia Godtsfriedt, assinatura do livro de Registros, homenagem com audição musical pela também acadêmica Olga Postal e evidenciou a multiplicidade de talentos que povoa a Academia.

Saiu a acadêmica e poetisa Dona Osmarina, como é carinhosamente chamada no NETI, seis livros publicados, também amante da dança e do samba no pé, para assumir o cargo de Diretora Geral da ACLC-gestão 2019/21, a também Acadêmica Ivonita Di Concilio, declaradamente apaixonada por Canto.

Numa quebra de protocolo, Ivonita solicitou ao Cerimonial, um pouco antes de ser chamada para o discurso de posse, que fosse conduzida à mesa pelas filhas Elen e Laura.

“Embora sejamos uma academia de letras, nem sempre seguiremos a rigidez das demais congêneres; talvez porque trouxemos o canto para tirá-la de uma formalidade sisuda e solene. A ACLC- saindo do convencional, organizará “tertúlias” com os mesmos rituais das outras Academias, mas as faremos muito mais alegres. Pretendemos cantar muito e na Literatura, contar esta história para os nossos descendentes e acadêmicos que nos sucederem aqui na UFSC”, antecipou a nova Diretora.

Em seu discurso, Ivonita disse reconhecer que “a tarefa de dirigir a ACLC tem suas dificuldades” e nesse sentido pediu a colaboração de todos os 35 acadêmicos.

“Para não ser comparada a uma vassoura nova, mas seguir varrendo bem, espero contar com o integral apoio dos confrades da Diretoria que hoje se instala”, enfatizou. Junto com Ivonita Di Concílio, que ocupa a Cadeira de nº 11, da Patrona Elfried Kawalage, estão à frente da ACLC, até 2021, os acadêmicos Urilda Coutinho Soares, Vice-Diretora; Sidney Lino, Secretário; Professora Leilane Mendonça Zavirizi da Rosa, Diretora Assessora Jurídica e Ana Guimarâes Ferreira da Silva, Diretora Assessora Cultural.

Reitor da UFSC leu Juramento de Posse

Mas foi na Posse dos 10 últimos Acadêmicos da ACLC que a cerimônia mais surpreendeu. Sentados na plateia, os acadêmicos iam sendo anunciados a partir de uma breve apresentação de seus traços pessoais, tendo que se identificar ao final da leitura, enquanto seus nomes eram projetados em tela. A posse incluiu vestimenta da Samarra nas cores da ACLC, assinatura de Termo, recebimento de certificado, condecoração da medalha e entrega de Mimo. O Professor Ubaldo César Balthazar já vestido da Samarra, braço direito à frente, fez a leitura do Juramento, acompanhado de forma conjunta, pelos demais confrades.

Também tomaram posse na ACLC os acadêmicos Marlene Buzzi Maiocchi, cadeira de número 26, da Patrona Ana Ines Stoyancchqui; Ana Paula Balthazar, que passa a ocupar a cadeira 28, da Patrona Maria José Barroso; Jacira Farina, cadeira 29, da Patrona Esmeralda Helena Pereira Soares; Leda Mônica Fialho de Oliveira, cadeira de número 30, da Patrona Ignes Toscan; Henrique Sales Rosica, cadeira 31, da Patrona Benedita de Castro e Silva e Elírio Tejada Franceschi, que passa a ocupar a cadeira 34, da Patrona Sebastiana Maria Barros dos Santos.

Dos 10 acadêmicos, três deixaram de comparecer à Cerimônia por motivos de viagem e questões familiares: Cecília Alves de Lima, que passa a ocupar a cadeira 27, do Patrono Abel Beatriz Pereira; Edna Maria Schmidt, com a cadeira 33, do Patrono Vilmar Teodoro e Lígia Gomes Ribeiro, que passa a ocupar a cadeira 32, do Patrono Roberto Caparelli Figurelli.

Reitor falou de sua paixão por livros e do romance "Quem matou Lula da Silva"

Posterior à posse, vieram as atrações culturais. Luiz Alfredo Cerejo, convidado especial, declamou Poesias, enquanto a acadêmica Urilda Soares fez apresentação musical em homenagem à Osmarina de Souza, acompanhada do músico Nilzon Aguiar. Sentada à mesa, Osmarina não resistiu e levantou-se para dançar, ao som da música "Isto Aqui, O Que É?" de Ary Barroso, interpretada por Urilda. Na sequência, recitou a Poesia “As Duas Mulatas” de sua autoria, arrancando aplausos da platéia.

O discurso de encerramento da Cerimônia foi feito pela diretora empossada Ivonita Di Concílio que emocionada, traçou um breve histórico da ACLC, com destaque para as suas criadoras – Maria Cecília Godtsfriedt e Osmarina Maria de Souza- e para a ideia de ambas, de usar o curió como símbolo, como efígie da ACLC.

“Dizem que o bom Manezinho já nasce com o dedo em riste, para pegar na alça da gaiola do curió, ave cantora muito admirada em Florianópolis. Pois bem: todos conhecem o ditado: “Uma andorinha, só, não faz verão”. Faço um plágio: um curió, sozinho, não faz festival”, disse Ivonita Di Concilio, para reiterar a importância de poder contar com a equipe diretora e acadêmicos na condução da atual gestão.

Numa fala de semi-improviso, Ivonita pilheriou, brincou com o Reitor da UFSC, ao seu lado, “esperamos também que ele tenha boa voz” e fez todos cantarem o Hino Oficial de Florianópolis, "Rancho de Amor à Ilha", de Vininho, inclusive as autoridades sentadas à Mesa.

“Se eu cantar, vou ficar cantando sozinho”, disse o Reitor Ubaldo César Balthazar, em tom de brincadeira, ao dar início ao seu pronunciamento. O Reitor agradeceu pela Cerimônia, em nome de todos os confrades e se disse “muito honrado”, com o convite formulado pela ACLC.

“Pertenço à uma outra Academia – Academia Catarinense de Letras Jurídicas- ACALEJE, tenho algumas obras publicadas, 11 ou 12, não lembro ao certo, mas não vou ficar falando de meu currículo: quero dizer que tenho muito orgulho por estar aqui, por pertencer a este Grupo que se dedica à Música e às Letras”, disse Ubaldo Balthazar.

O novo confrade, que também é professor do Curso de Direito, relembrou histórias de infância para falar do seu gosto pela leitura, admitiu ser apaixonado por livros “não consigo parar de ler” e falou do romance de sua autoria, de nome “Quem matou Lula da Silva”. “É um título instigante, que teve edição esgotada e que recomendo a leitura”, disse o Reitor, antecipando que colocará um dos poucos exemplares que ainda tem consigo, à disposição do NETI.

Cerimônia terminou com apagar das Velas

Em pé, ao centro, da esquerda para direita: Urilda Soares, Osmarina de Souza e Cecília Godtsfriedt

Os últimos momentos da cerimônia de Posse dos novos acadêmicos foram marcados por homenagens e pelo apagar das velas. Cecília Gostsfriedt, acadêmica, prestou uma bonita homenagem à Urilda e Osmarina. Abraçada às duas, rosas na mão esquerda, Cecília lembrou episódios vividos pelas homenageadas quando ainda crianças, nas ruas de Florianópolis, fez alusões ao grande historiador do pensamento humano Will Durant, citado no Cerimonial, para falar do encantamento das Artes e agradeceu a presença do público em nome da ACLC.

Foto - Osvaldo Silva

“A Academia será sempre isso: um espaço folclórico para ouvir, falar, botar o coração para fora”, frisou a Acadêmica. O apagar das Velas foi feito pela confrade Cleusa Odete Pereira, que ocupa a cadeira 25, da Patrona Army Candemil Capanema.

Participaram da sessão solene dezenas de pessoas, entre familiares de acadêmicos, amigos, demais convidados da ACLC e autoridades. Entre as presenças ganharam destaque o professor Juan Antonio Altamirano Flores, Coordenador de Ações de Extensão da Pró-Reitoria da UFSC; Enfermeira Jordelina Schier, Coordenadora do NETI; Maria Aparecida Ferreira, presidente da AMAG; Vera de Barcelos, acadêmica da Academia de Letras da França e representantes de Associações Literárias, co-irmãs da ACLC.