Blog integraNETI ouviu participantes do Seminário Reflexivo do CFMAG/NETI e compartilha suas impressões. Confira!
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Professor Leo estreou na janelinha do Blog, ao lado da Coordenadora Nina |
A programação do Seminário Reflexivo do Curso de Formação de Monitores da Ação Gerontológica-CFMAG, do NETI, impactou os participantes. Aberto com uma Mesa Redonda formada por três professores da UFSC e um professor da UDESC, convidados para falar sobre Filosofia do Envelhecimento, Pensamento Complexo de Edgar Morin, Educação Participativa de Paulo Freire e Aspectos da Ação Comunitária, o Seminário teve no pós-palestra um de seus grandes momentos, propiciados pela sagacidade de seus participantes.
A pergunta feita à mesa pela coordenadora do NETI, Jordelina Schier e a resposta dada pelo professor Victor Julierme, que falou sobre o pensamento complexo de Edgar Morin, expressa a dimensão do conteúdo trabalhado.
- Perguntou a coordenadora, dirigindo-se à mesa: O que nos move, o que nos mantém vivos e o que nos faz continuar? O que nos move em direção ao outro? O que precisamos saber para ensinar?
O professor Victor Julierme, da UFSC, que em sua palestra levantou essa última questão, encarregou-se da resposta:
“O
indivíduo é individual e coletivo. Ele não faz o mundo sozinho. Todas as
respostas que a gente dá e perguntas que a gente faz estão embasadas em algum
lugar. Precisamos saber que não somos seres individuais no mundo coletivo. Nós
somos contexto, somos história. Saber o que ensinar é saber se entender como
membro que constrói a sociedade”, respondeu o professor.
Seminário e Edgar Morin
Momentos
depois, ao deixar o Seminário, o professor Julierme conversou com o Blog
integraNETI, quando falou sobre o que achou do evento e discorreu mais sobre
Edgar Morin, sociólogo cuja obra é referencial teórico para o modelo de Educação
Permanente há 35 anos desenvolvido pelo NETI.
“O que vimos aqui é resultado de uma proposta
de 26 anos. Não é de graça que esse Curso desenvolveu e sustenta uma proposta
de envelhecimento, uma geração de pessoas fortes e ativas dentro de uma
sociedade que ainda vê o idoso como descarte. É algo sensacional, um movimento
de resistência tremendo. Isso é muito bom para a Universidade e para a sociedade
civil. Buscar essa perspectiva teórica não é fácil”, disse o professor.
Sobre
Edgar Morin, de quem durante a palestra sugeriu o livro “A Cabeça Bem-Feita”,
acrescentou: Morin é uma forma de pensar a sociedade, a ciência, o indivíduo. Ele
atua como uma lente epistemológica a enxergar o envelhecimento, o idoso, o
medo; nos ajuda a pensar nisso não como um
método, mas abre os nossos olhos para que possamos entender essa relação
com a sociedade. Ele é uma lente, uma forma de ver o mundo”.
O que acharam os participantes
Ao
final dos trabalhos, o Blog integraNETI conversou com alguns participantes, quando perguntou
que avaliação faziam do Seminário. Confira as impressões:
- Jordelina Schier, coordenadora do NETI, também coordenadora geral do Seminário:
“Minha expectativa foi atendida. Na parte da manhã, tivemos bastante embasamento teórico com a fala dos palestrantes e com isso queríamos cutucar os participantes para os trabalhos da tarde. A fala dos quatros professores conjugou, formou um elo crescente. Morin é uma fala difícil de compreender. Depois, tivemos Paulo Freire, que à primeira vista pareceu complexo, mas o professor Vítor deu uma boa amarrada. Já o professor Hélder trouxe o chão, a Ação Comunitária, fez critica ao voluntariado, enquanto o professor Léo Staudt fez o contraponto, trazendo o conceito de individualismo e coletivo. Foi fantástico, fizemos uma boa escolha em termos de “experts” para fundamentar os temas”.
“Minha expectativa foi atendida. Na parte da manhã, tivemos bastante embasamento teórico com a fala dos palestrantes e com isso queríamos cutucar os participantes para os trabalhos da tarde. A fala dos quatros professores conjugou, formou um elo crescente. Morin é uma fala difícil de compreender. Depois, tivemos Paulo Freire, que à primeira vista pareceu complexo, mas o professor Vítor deu uma boa amarrada. Já o professor Hélder trouxe o chão, a Ação Comunitária, fez critica ao voluntariado, enquanto o professor Léo Staudt fez o contraponto, trazendo o conceito de individualismo e coletivo. Foi fantástico, fizemos uma boa escolha em termos de “experts” para fundamentar os temas”.
-Gabriela
Martins, paulista, 29 anos, Bacharel em Gerontologia pela Universidade Federal
de São Carlos-UFSCAR, convidada a participar do evento. Em outubro, a
Gerontóloga inaugura o Residencial Geriátrico Santa Mônica, com proposta de
atender a dois modelos: Centro-Dia e Residencial:
“As
críticas feitas nos trabalhos em Grupo foram construtivas e dentro da temática.
Achei os participantes muito bem informados na área do Envelhecimento. Está
chegando aí uma população idosa e o Brasil não sabe como recebê-la. Gostei
muito das palestras do professor Helder e do tema Pensamento Complexo de Edgar
Morin”.
-Tânia
Benedetti, ex-professora do NETI, atualmente trabalhando com atividade física:
“Só pude
vir à tarde, mas achei super-legal. Avaliar o que você faz é importante, você
pode repensar para mudar".
-
Leny Baessa Nunes, presidente do Conselho Municipal do Idoso de Florianópolis:
“Gostei
muito das palestras. O objetivo do
Seminário foi alcançado, os participantes tiveram a oportunidade de se
expressar. Só não consegui acompanhar muito a palestra do professor de blusão
vermelho (alusão à Victor Julierme, que falou sobre o Pensamento Complexo de Edgar
Morin). “Achei fora de alcançe da gente”.
-
Ana Paula Balthazar, assistente social do NETI e uma das organizadoras do
Seminário:
“Fiquei
encantada com a qualidade do Seminário
e com os destaques dos alunos do CFMAG, sobretudo pelo comprometimento em estar
aqui. Muitos aspectos trazidos como sugestão nós estamos estudando e trabalhando.
Muitas propostas já vinham sendo pensadas e discutidas. É muito bom ver que
existe essa sintonia. Como organizadora do evento, achei ótimo. Até o poema
citado pelo Hélder, fechou. Edgar Morin é difícil, mas sua inclusão na
programação mostra que os alunos tem muita qualidade, não se deve subestimar”.
- Professora Maria Cecília Godtsfriedt, coordenadora do Curso de Formação de Monitores da
Ação Gerontológica e organizadora do Seminário:
“Superou
a expectativa. O professor Léo Staudt levantou a proposta filosófica de cada
ator envolvido no estímulo ao curso. Os conteúdos precisam acompanhar essa
dinâmica da vida moderna. Muitas das propostas apresentadas já estão sendo
discutidas no NETI. Fiquei surpresa com o pedido de revisão da carga horária no
sentido de expandir. O NETI terá que estudar essa proposta, até porque implica
em espaço físico e na estrutura de um quadro de docentes”.
-
Guilherme Koerich, técnico em Assuntos Educacionais no NETI e introdutor da
Metodologia “Design Thinking”, no Seminário Reflexivo:
“Nossa
proposta era justamente a de ter esse feedback do trabalho de levantamento das
potencialidades e fragilidades do Curso. A minha expectativa era de fazer com que a
Metodologia que estimula o pensamento
lúdico, criativo, e envolve a construção do Mapa de Empatia, realmente acontecesse. O NETI ainda não tinha usado a Metodologia nesse formato. Sobre as palestras, refletiram claramente
o referencial teórico de Edgar Morin e de Paulo Freire, que perpassa todas as
atividades do NETI”.
-
Evanete Menezes, ex-aluna do CFMAG, formada em 2014, hoje no Grupo de Encontros
Culturais-GEC/Ceneti, PICG e AMAG:
“Vim
para o Seminário com a expectativa de me atualizar, ver o que há de novo. Foi
um ótimo aprendizado.
- Lurdinha
Maynard, ex-aluna do CFMAG, formada em 2003, coordenadora de Voluntários em
Saco dos Limões:
“Minha
idéia era buscar integração com todos os grupos do NETI. Como sou mais idosa,
vim na expectativa dessa troca de experiências".
-
Michele Vieira Pereira, convidada para o Seminário e que em outubro inaugura o
Santa Ana Residencial Geriático, em Florianópolis.
“Minha
expectativa era de adquirir mais conhecimento sobre o CFMAG e foi alcançada. Na
parte que levantou fragilidades do
Curso, penso que o objetivo deve ser melhor especificado para os novos alunos. O
Curso atual deve ser mantido para poder atender à demanda de alunos que não
possui graduação e/ou certificado de algum curso, haja visto a única exigência é
ter 50 anos ou mais. Mas sou favorável à possibilidade de criação de um novo
curso profissionalizante, como foi levantado no Seminário”.
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Formandos do CFMAG, de 2018, estrearam a camiseta do Blog integraNETI no Seminário |
Design Thinking: Metodologia considerada poderosa decreta o fim das velhas ideias
O Técnico em Assuntos Educacionais do NETI, Guilherme Koerich, que aplicou a Metodologia Design Thinking no Seminário, dá detalhes sobre o Mapa da Empatia, que permite desenhar um perfil com base nos sentimentos.
"O mapa faz os seguintes questionamentos: o que você pensa e sente? O que você vê? O que você fala e faz? O que você escuta?
Essa ferramenta faz parte da linha de pensamento chamada Design Thinking, ou seja, pensando através do design. O Design Thinking é a forma de pensar ágil, lúdica e criativa. É o conjunto de métodos e processos para transformar problemas em oportunidade e soluções.
A persona do mapa da empatia, será o próprio sujeito que o constrói, em relação a sua vivência no curso de Monitores. A ordem é não perder tempo, pensar fora da caixa e focar na solução. É muito importante que durante o preenchimento do mapa, a pessoa não seja influenciada ou interrompida por idéias, pensamentos e críticas de outros indivíduos", observou.
Após preencher o Mapa da Empatia, de forma individual, os participantes discutiram e elegeram potencialidades e fragilidades do Curso de Monitores. Do lado das fragilidades, foram elencados aspectos como ausência de corpo docente permanente, maior número de aulas de Dinâmica de Grupo, lamento pela falta de divulgação do Curso e de reconhecimento por parte da UFSC e da comunidade estudantil, ausência da oferta de atividade física, de oferta de conteúdo voltado ao acesso de novas tecnologias e sexualidade, e pedido de revisão da carga horária no sentido de ampliação.
Após preencher o Mapa da Empatia, de forma individual, os participantes discutiram e elegeram potencialidades e fragilidades do Curso de Monitores. Do lado das fragilidades, foram elencados aspectos como ausência de corpo docente permanente, maior número de aulas de Dinâmica de Grupo, lamento pela falta de divulgação do Curso e de reconhecimento por parte da UFSC e da comunidade estudantil, ausência da oferta de atividade física, de oferta de conteúdo voltado ao acesso de novas tecnologias e sexualidade, e pedido de revisão da carga horária no sentido de ampliação.
Texto: Vanda Araújo c/colaboração de Marlene Buzzi Maiochi
Fotos:
Cecília Alves de Lima e Pedro Martins
Queremos parabenizar pela cobertura do Blog junto ao III Seminário do CFMAG, conseguindo expressar o quanto foi significativo todo o empenho da coordenação, dos professores convidados para tematizar o mesmo, e a grandiosa colaboração e comprometimento que tivemos por parte dos alunos em curso, dos alunos egressos do mesmo, e das convidadas, que resultaram numa empatia geral de responsabilidade e comprometimento de todos, em nosso nome e da coordenação nossos agradecimentos a todos.
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