Netianos são presenteados com nova Cronica de Ivonita Di Concílio. Tango, bandeon e violino dao alma à vida de cantora da cronista
O
Núcleo de Estudos da Terceira Idade-NETI, presenteou os alunos na manha de hoje
(25) com nova Cronica da netiana Ivonita Di Concílio, diretora geral da
Academia de Canto e Letras do CENETI-ACLC. Aqui, a escritora relata episódios
da sua vida de cantora, enquanto resgata fatos históricos ligados ao Tango e
Bandeon.
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“Minhas lembranças que envolvem música são tão longevas quanto eu. Muito pequena ainda, o Tango chamou minha atenção. Era comum, nos anos 40, as “Típicas Portenhas” se apresentarem nas casas de café. A primeira lembrança me remete a Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde morei por quatro anos. Lá, na rua Dr. Bozano, havia o Café Liberdade e, no mezanino bandoneons e violinos ‘choravam’ Cristal, Percal, Tristezas Mariñas, El Choclo, Sentimiento Gaucho, Madresselvas, La Cumparsita, Volver e outros tantos tangos que ficaram marcados na minha mente.
Talvez
pela proximidade do meu Estado com a Argentina, o Tango tem muita influência
nos rio-grandenses. Carlos Gardel sempre foi o expoente desse dramático tipo de
música. É venerado até hoje e só mesmo Astor Piazzolla conseguiu chamar a
atenção dos adeptos do Tango depois de sua morte. Em Porto Alegre, por exemplo,
quando Carlos Gardel morreu, em 1935, muitas de suas fãs sentiram-se viúvas e
vestiram-se de negro até o fim de suas vidas.
Tango,
com seus versos geralmente vibrantes e passionais – tal como o Fado português –
marca espaço para a sua dança sensual e arrebatadora. Dança espetacular, que
causa ‘frisson’ nas plateias. Pois eu tive a grande honra de cantá-lo
exclusivamente, por cinco anos, em Joinville.
Como
tudo que acontece em minha vida o convite para cantar tangos surgiu
casualmente. Era o ano de 2012. Meu amigo João Luiz Oliveira, na época,
organizava grupos para excursões e em preparativos para a BANDONEONFEST, em
Joinville, usou meu telefone para acertar os trâmites com a Joraya Trapp,
organizadora do festival. Esse evento reunia músicos bandoneonistas do interior
de Santa Catarina e, só tocavam músicas de origem alemã, tipo “polcas” e
“mazurcas”.
Foi
então que descobri que esse instrumento musical foi inventado por um alemão,
Heinrich Band (1821/1860) e foi levado para a argentina, no ano de 1900, por
imigrantes alemães, sendo adotado pelos “tangueiros” portenhos.
Voltando
à minha atuação, quando João Luiz ajustava os termos da excursão, Joraya
perguntou-lhe se conhecia alguém que cantasse tangos e meu amigo disse meu
nome. Imediatamente fui contratada (mesmo sem que ela me ouvisse cantando) com
passagem, hotel e cachê pagos. Por quatro anos consecutivos fui a única a
cantar. Somente em 2016 houve outro cantor e dançarinos. Foi minha despedida.
Nesse
mesmo último ano da minha participação na BandoneonFest conheci uma jovem
holandesa – a “melhor bandeonista do mundo” -
Simone (esqueci do sobrenome dela).
Quando
voltamos de Joinville para Florianópolis, Simone veio conosco e ficou hospedada
no apartamento de minha neta Maíra e o marido, Leandro, quando conheceu alguns
pontos da Ilha.
Quantas
emoções eu tive com o Tango... naquele ano teria a participação de José
Canteros (já falecido), um uruguaio que tocava bandoneon e... tangos!”
(VA)
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