É hora de fortalecer a saúde imunitária. Imunologista dá dicas interessantes e aponta 12 alimentos poderosos na proteção ao coronavírus e a qualquer outro agente infeccioso
Foto: Zilma Alves/ www.tudogostoso.com.br |
Que alimentos consumir nesses dias difíceis de limitações generalizadas, impostas pelo avanço do Coronavírus? Como manter e fortalecer nossa saúde imunitária? O Blog integraNETI andou pesquisando e traz dicas interessantes sugeridas pelo médico imunologista Eduardo Tosta, em Artigo publicado essa semana no Portal do Envelhecimento. No Artigo, o especialista orienta sobre como ajudar a manter e fortalecer a saúde imunitária e aponta 11 alimentos fortalecedores da imunidade e com atividade antimicrobiana.
Confira a lista de alimentos, invente receitas e
distribua entre seus familiares e amigos. Já que a ordem é ficar em casa, vamos
usufruir desses ensinamentos e fazer disso uma aprendizagem coletiva!
Vejam o
Artigo abaixo:
Em tempos de pandemia pelo coronavírus,
além de todas as medidas de prevenção e proteção recomendadas, temos que
melhorar nosso sistema imunitário, pois ele determinará como a infecção
evoluirá. Se a imunidade estiver funcionando adequadamente, a infecção vai
evoluir sem doença ou com doença leve; se estiver com seu funcionamento
comprometido, a tendência é que a infecção evolua para doença moderada ou
grave.
Eduardo Tosta (*)
Existem duas
maneiras de se proteger contra o coronavírus: evitando a infecção (contágio) ou
evitando que a infecção se transforme em doença, especialmente doença grave e
potencialmente letal. Estaremos livres da infecção se não tivermos contato com
pessoas infectadas, utilizando-se os procedimentos amplamente divulgados. No
caso de o contágio acontecer, três situações poderão ocorrer: (1) infecção
assintomática (sem doença); (2) doença leve ou moderada; (3) doença grave e
potencialmente letal. É o estado de saúde do sistema imunitário que determinará
como a infecção irá evoluir. Se ele estiver funcionando adequadamente, a
infecção evoluirá sem doença ou com doença leve, como acontece com a grande
maioria dos casos; se estiver com seu funcionamento comprometido, a tendência é
que a infecção evolua para doença moderada ou grave.
Assim, é essencial nosso empenho para a manutenção da saúde imunitária, especialmente porque ainda não dispomos de vacina nem de imunidade prévia, por se tratar de um novo vírus.
Assim, é essencial nosso empenho para a manutenção da saúde imunitária, especialmente porque ainda não dispomos de vacina nem de imunidade prévia, por se tratar de um novo vírus.
Como ajudar a manter e fortalecer a
saúde imunitária?
1. Evitar o
medo e o pânico: eles causam ansiedade, que aumenta a produção
de cortisol e outras substâncias depressoras da imunidade.
2. Reduzir a
ansiedade: A maneira mais prática, rápida, eficaz e sem efeitos
colaterais para se reduzir a ansiedade é a respiração controlada. Pratique-a
muitas vezes por dia: sente-se com as costas retas, feche olhos e boca, respire
lenta, suave e o mais profundamente possível por alguns minutos, com total
atenção na entrada e na saída do ar. Além de sua ação ansiolítica instantânea e
poderosa, a respiração controlada aumenta substancialmente a oxigenação do
organismo e, em consequência, melhora o funcionamento de todas as células,
inclusive as do sistema imunitário.
3. Manter um
regime de sono regular: basta uma noite mal dormida (quantidade
ou qualidade) para prejudicar a imunidade.
4. Reduzir o
consumo de álcool, tabaco e drogas: todos podem comprometer a
imunidade.
5. Hidratação
adequada: Entre 55% e 60% de nosso corpo é constituído por água:
ela é essencial para o funcionamento de todas as células e órgãos, inclusive os
responsáveis pela defesa contra agentes infecciosos. Uma hidratação inadequada
resseca as mucosas e as tornam vulneráveis às infecções, compromete as funções
do sistema imunitário, estimula a inflamação, sobrecarrega o coração e os rins,
compromete as funções cognitivas do cérebro e causa fadiga e desmaios. As
perdas diárias de água pela urina, suor, evaporação pela pele, respiração e
fezes precisam ser repostas por água pura, ou água com limão, em volumes de 2,0
litros/dia (mulheres) e 2,5 litros/dia (homens), ou cerca de 30 ml/kg/dia. A
hidratação cuidadosa é especialmente importante nos idosos já que nesta
população a sensação de sede está diminuída.
6. Suplementação
de vitaminas, sais minerais e outros: A manutenção da
integridade e da funcionalidade do sistema imunitário depende de níveis
adequados de vitaminas e sais minerais, especialmente na população idosa, onde
ocorrem frequentes carências. Além disso, várias vitaminas e sais minerais
exercem ação antiviral comprovada, embora não tenham sido ainda testados em
relação ao COVID-19. Convém lembrar que tais compostos em excesso podem ter
efeitos nocivos para a saúde:
Vitamina A: atua contra o vírus do sarampo, HIV, coronavírus aviário.
Vitaminas B: atuam contra o coronavírus MERS-CoV.
Vitamina C: atua contra vários vírus responsáveis por infecções respiratórias
humanas e coronavírus aviário.
Vitamina D: atua contra o coronavírus bovino.
Vitamina E: atua contra o coxsackievírus e coronavírus bovino.
Selênio: atua contra o vírus da influenza, coronavírus aviário e bloqueia
mutações virais.
Zinco: atua contra o vírus do sarampo e o coronavírus SARS-CoV.
Ferro: bloqueia mutações virais.
Ácidos graxos ômega-3: atua contra o vírus da influenza e o HIV.
7. Alimentos
fortalecedores da imunidade e com atividade antimicrobiana:
Limão: Muito rico em vitaminas (A, B1, B2,
B3, B6, B9, C e E), sais minerais (ferro, potássio, cálcio, magnésio, sódio,
fósforo, boro, manganês, cobre, flúor, zinco e molibdênio) e compostos
bioativos (principalmente na casca: hesperidina, eriocitrina, diosmina e
roifolina). O limão possui comprovada ação reguladora da imunidade
(imunomoduladora), anti-inflamatória, antioxidante, analgésica, ansiolítica,
antialérgica, antibacteriana, antifúngica e antiviral (a roifolina bloqueia a
atividade do coronavírus SARS-CoV e a hesperidina e a diosmina têm potencial para
atuar sobre o COVID-19). O limão deve ser consumido como suco e sua casca
ralada (depois de bem lavadas) usada em vários pratos salgados e doces.
Cúrcuma (açafrão da terra): Seu principal
composto ativo, a curcumina, apresenta poderosa atividade imunomoduladora,
anti-inflamatória, antioxidante, neuroprotetora, cardioprotetora,
nefroprotetora, pneumoprotetora (pulmão), hepatoprotetora, antitumoral,
antibacteriana, antifúngica, antiparasitária e antiviral (hepatites B e C,
herpes simplex, coxsackie B3, HIV, papiloma, encefalite japonesa e coronavírus
SARS-CoV).
Aveia: É fonte de proteínas de alta
qualidade, minerais (cálcio e ferro) e vitaminas (B e E) e de dois compostos
bioativos importantes: a glucana beta e a avenantramida. A glucana beta é poderoso
composto imunoestimulante e aumenta a resistência contra infecções por
bactérias, vírus, fungos e parasitos e a avenantramida possui atividade
anti-inflamatória e antioxidante.
Gengibre: O gingerol e os outros 168
compostos bioativos do gengibre possuem atividades imunomoduladora,
anti-inflamatória, antioxidante, analgésica, neuroprotetora, cardioprotetora,
nefroprotetora, pneumoprotetora, gastroprotetora, hepatoprotetora, antitumoral,
antibacteriana, antifúngica, antiparasitária e antiviral (hepatite C, dengue e,
talvez, COVID-19).
Açaí: A velutina e outros compostos
flavonoides, antocianinas e carotenoides do açaí apresentam atividades
imunomoduladora, antiinflamatória, antioxidante, analgésica, hepatoprotetora,
nefroprotetora, pneumoprotetora, cardioprotetora, antilipêmica, neuroprotetora,
antidiabética, antidepressiva, antitumoral, antibacteriana, antifúngica e
antiparasitária. A possível atividade antiviral ainda não foi testada.
Linhaça: Os lignanos, principais compostos
bioativos da linhaça, apresentam atividade imunomoduladora, anti-inflamatória,
antioxidante, antibacteriana e antifúngica. A herbacetina, outro composto
bioativo, possui possível atividade contra o coronavírus MERS-CoV. Para
destruir possíveis efeitos tóxicos das sementes de linhaça, é conveniente
aquecê-las em forno de micro-ondas a 100ºC por 1 minuto antes do consumo.
Brócolis: Rico em vitaminas (E, C, K, B,
A, carotenoides), sais minerais (selênio, cálcio, ferro, zinco) e compostos
bioativos com atividades imunomoduladora, anti-inflamatória, antioxidante,
cardioprotetora, antitumoral, antibacteriana, antifúngica e antiviral
(influenza, vírus sincicial respiratório)
Uva tinta, amendoim: Os dois alimentos
têm uma característica em comum: são ricos em resveratrol, um composto bioativo
com atividades imunomoduladora, anti-inflamatória, antioxidante,
neuroprotetora, cardioprotetora, nefroprotetora, pneumoprotetora,
hepatoprotetora, gastroprotetora, enteroprotetora, enteroprotetora,
mioprotetora (músculos), antitumoral, antibacteriana, antifúngica e antiviral
(herpes simplex, influenza, varicela-zoster, citomegalovírus, HIV, polioma e
coronavírus MERS-CoV). O resveratrol pode ser consumido como suco de uva, vinho
tinto, uva passa e, 5 p. 5 principalmente, farinha de uva, que também é rica em
antocianinas das sementes.
Mel: Além de rica fonte de vitaminas
(B2, B3, B5, B6, B9 e C), sais minerais (potássio, sódio, cálcio, ferro,
fósforo e magnésio) e peróxido de hidrogênio (água oxigenada), o mel possui
vários compostos bioativo, especialmente quercetina e miricetina, responsáveis
por suas atividades imunomoduladora (principalmente imunoestimulante),
anti-inflamatória, antioxidante, antidiabética, antibacteriana (inclusive
bactérias resistentes a antibióticos), antifúngica (candidíase) e antiviral
(rubéola, herpes e vírus respiratório, inclusive o coronavírus MERS-CoV).
Soja: Possui isoflavonas, como a
genisteína e a daidzeína, com atividades imunomoduladora, cardioprotetora,
osteoprotetora (osteoporose), antidepressiva, antitumoral, antibacteriana,
antifúngica e antiviral (rotavírus, herpes simplex, adenovírus, VIH, vírus
respiratórios, inclusive os coronavírus SARS-CoV e MERS-CoV).
Kefir: É o leite fermentado no domicílio
por uma comunidade complexa de lactobacilos e leveduras probióticas, que produzem
seu próprio alimento prebiótico (kefirano). Apresenta potente atividade
imunomoduladora (aumenta a imunidade anti-infecciosa, antitumoral, controla
alergias, suprime a autoimunidade), anti-inflamatória, antitóxica,
antibacteriana, antifúngica e antiviral (hepatite C, HTLV-1, rotavírus,
herpesvírus, influenza aviária).
Todas as medidas
aqui propostas têm base científica comprovada, são isentas de efeitos
colaterais indesejáveis, desde que adotadas com sensatez, e poderão concorrer
para proteger não só do coronavírus, mas de qualquer outro agente infeccioso.
Referências
Zhang L, Liu Y (2020). Potential
interventions for novel coronavirus in China: A systematic review. Journal of Medical
Virology DOI: 10.1002/jmv.25707 7.
(*) Eduardo Tosta – Médico imunologista,
professor emérito da Universidade de Brasília
Foto: Vitamina nutritiva de soja com linhaça/Receita publicada no link abaixo
https://www.tudogostoso.com.br/receita/137932-vitamina-nutritiva-de-soja-com-linhaca.html
Conteúdo do Artigo
https://www.portaldoenvelhecimento.com.br/melhorar-a-imunidade-em-tempos-de-coronavirus/
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