GEC/CENETI encerrou atividades na BU/UFSC com o filme "Mundos Opostos". Grupo se despedirá de 2019 com Almoço de Confraternização dia 02 de Dezembro



O Grupo de Encontros Culturais-GEC/CENETI, encerrou suas atividades de 2019 na última segunda-feira (25), na BU/UFSC, com o filme “Mundos Opostos”, do diretor Chirstopher Papakaliatis. O filme foi produzido entre 2016 e 2017, na Grécia, e aborda, entre outros aspectos, a questão da migração, intolerância, fascismo e da hipocrisia familiar. A apresentadora e mediadora do Encontro foi Graciela Baigorria, membro da Coordenação Técnica do GEC.
O GEC volta a se encontrar dia 02 de Dezembro, às 11h30min, dessa vez em Almoço de Confraternização no Restaurante Sobrália, da Elase. 

















Abaixo, texto para reflexão sobre Hanna Arendt e a banalidade do mal aplicada ao filme, disponibilizado pela Coordenadora Técnica do GEC, Raquel Maia Liberato.

O FILME “MUNDO OPOSTOS” E O PENSAMENTO DE HANNAH ARENDT

A filosofia do século XX teve figuras lúcidas e cheias de empatia pelos mortais – sofrentes, como Hannah Arendt e outros. Que se puseram em defesa da dignidade humana e em prol de um sentido possível para que escapemos de existir no absurdo.
Hoje vivemos a tirania dos “ismos”, com pretensões ao absolutismo, como o neoliberalismo, que em sua tentativa se aniquilar para sempre a esfera pública, vai criando a devastadora sociedade de indivíduos atomizados, auto-centrados, que só sabem correr atrás de interesses privados, caindo vítimas dum colapso moral.
Vivenciamos o ataque à pluralidade, o desrespeito à diferença, por poderes que querem impor a norma através da força violenta, punindo todos os desviantes. O totalitarismo hoje veste a túnica de um capitalismo desenfreado e transnacional que globalizou a hegemonia e pretende moldar a biosfera à sua imagem e semelhança, metamorfoseando tudo em mercadoria. Desejando transformar cidadãos ativos e co-participes em um destino comum coletivo, em meros consumidores-em competição, zumbiando pelos shoppings.
A banalidade do mal se espreita em toda a parte, no passado e no presente, Hannah Arendt interprete dos males presente, trás reflexões éticas e políticas. Os genocídios não foram cometidos por pessoas insubordinadas e rebeldes, muito pelo contrário; os maiores criminosos são bem integrados no sistema e são competentes em suas especializações. O mistério está em como é possível a massa seguir tais líderes com devoção? Krishnamurti diz: “não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade profundamente doente.”
Por que o povo é tão irracional? Por que as religiões inspiram a intolerância e o ódio? O sentimento de isolamento social leva a participação em grupos fascistas, que oferecem o anonimato, permitindo expressar uma indignação irracional, quando se sente ameaçado de perder ou perde seu lugar na sociedade ao qual considera seu por direito, sentindo-se excluído, acha um culpado a quem destila todo seu ódio.
Assim no filme Mundos Opostos isso fica claro no comportamento do pai de Daphe e Giorgos que persegue os imigrantes nos quais coloca a culpa de suas perdas econômicas e sociais que na verdade deriva de um sistema político que não leva em consideração o social e o indivíduo, como no sistema neoliberal e capitalista. E como afirma Hannah Arendt, ele era uma pessoa com família estruturada e considerado um cidadão de bem, mas que praticava sem conhecimento da sua família o extermínio de imigrantes.
Temos que ser conscientes, lúcidos e críticos diante das novas situações que o mundo nos impõe. Se não agirmos assim, a desumanidade será nosso futuro, já não tão distante. A banalidade do mal é a patologia da nossa sociedade atual.
A superação dessa miopia psíquica só será conquistada se vermos a solidariedade como condição que irmana e que pode mudar a nossa condição, mesmo diante de dificuldades inimagináveis... https://acasadevidro.com/2018/02/22/estudos-filosoficos-a-banalidade-do-mal-e-sua-tenebrosa-atualidade-reflexoes-na-companhia-de-hannah-arendt-stanley-milgram/
“A banalidade do mal e sua tenebrosa atualidade” – reflexões na companhia de Hannah Arendt & Staley Milgram – por Eduardo Carli de Moraes
“A Condição Humana” – Hannah Arendt


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