GEC/CENETI encerrou atividades na BU/UFSC com o filme "Mundos Opostos". Grupo se despedirá de 2019 com Almoço de Confraternização dia 02 de Dezembro
O GEC volta a se encontrar dia 02 de Dezembro, às 11h30min, dessa vez em Almoço de Confraternização no Restaurante Sobrália, da Elase.
Abaixo, texto para reflexão sobre Hanna Arendt e a banalidade do mal aplicada ao filme, disponibilizado pela Coordenadora Técnica do GEC, Raquel Maia Liberato.
O FILME “MUNDO OPOSTOS” E O PENSAMENTO DE HANNAH ARENDT
Abaixo, texto para reflexão sobre Hanna Arendt e a banalidade do mal aplicada ao filme, disponibilizado pela Coordenadora Técnica do GEC, Raquel Maia Liberato.
O FILME “MUNDO OPOSTOS” E O PENSAMENTO DE HANNAH ARENDT
A filosofia do século XX teve
figuras lúcidas e cheias de empatia pelos mortais – sofrentes, como Hannah
Arendt e outros. Que se puseram em defesa da dignidade humana e em prol de um
sentido possível para que escapemos de existir no absurdo.
Hoje vivemos a tirania dos
“ismos”, com pretensões ao absolutismo, como o neoliberalismo, que em sua
tentativa se aniquilar para sempre a esfera pública, vai criando a devastadora
sociedade de indivíduos atomizados, auto-centrados, que só sabem correr atrás
de interesses privados, caindo vítimas dum colapso moral.
Vivenciamos o ataque à
pluralidade, o desrespeito à diferença, por poderes que querem impor a norma
através da força violenta, punindo todos os desviantes. O totalitarismo hoje
veste a túnica de um capitalismo desenfreado e transnacional que globalizou a
hegemonia e pretende moldar a biosfera à sua imagem e semelhança,
metamorfoseando tudo em mercadoria. Desejando transformar cidadãos ativos e
co-participes em um destino comum coletivo, em meros consumidores-em
competição, zumbiando pelos shoppings.
A banalidade do mal se espreita
em toda a parte, no passado e no presente, Hannah Arendt interprete dos males
presente, trás reflexões éticas e políticas. Os genocídios não foram cometidos
por pessoas insubordinadas e rebeldes, muito pelo contrário; os maiores
criminosos são bem integrados no sistema e são competentes em suas
especializações. O mistério está em como é possível a massa seguir tais líderes
com devoção? Krishnamurti diz: “não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma
sociedade profundamente doente.”
Por que o povo é tão
irracional? Por que as religiões inspiram a intolerância e o ódio? O sentimento
de isolamento social leva a participação em grupos fascistas, que oferecem o
anonimato, permitindo expressar uma indignação irracional, quando se sente
ameaçado de perder ou perde seu lugar na sociedade ao qual considera seu por
direito, sentindo-se excluído, acha um culpado a quem destila todo seu ódio.
Assim no filme Mundos Opostos
isso fica claro no comportamento do pai de Daphe e Giorgos que persegue os
imigrantes nos quais coloca a culpa de suas perdas econômicas e sociais que na
verdade deriva de um sistema político que não leva em consideração o social e o
indivíduo, como no sistema neoliberal e capitalista. E como afirma Hannah
Arendt, ele era uma pessoa com família estruturada e considerado um cidadão de
bem, mas que praticava sem conhecimento da sua família o extermínio de
imigrantes.
Temos que ser conscientes,
lúcidos e críticos diante das novas situações que o mundo nos impõe. Se não
agirmos assim, a desumanidade será nosso futuro, já não tão distante. A
banalidade do mal é a patologia da nossa sociedade atual.
A superação dessa miopia
psíquica só será conquistada se vermos a solidariedade como condição que irmana
e que pode mudar a nossa condição, mesmo diante de dificuldades
inimagináveis...
https://acasadevidro.com/2018/02/22/estudos-filosoficos-a-banalidade-do-mal-e-sua-tenebrosa-atualidade-reflexoes-na-companhia-de-hannah-arendt-stanley-milgram/
“A banalidade do mal e sua
tenebrosa atualidade” – reflexões na companhia de Hannah Arendt & Staley
Milgram – por Eduardo Carli de Moraes
“A Condição Humana” – Hannah
Arendt
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