Oficina de Ikebana permitiu criar arranjos e compreender simbologias de uma prática milenar budista, muito difundida no Brasil


“A técnica de Ikebana não se resume a um simples arranjo floral. Está cheia de simbologias. A principal é invocar os bons fluídos que são saúde, harmonia e prosperidade”. A definição é do gaúcho de Santana de Livramento, veterinário aposentado João Álvaro Esquivel Silveira, facilitador da Oficina de Ikebana promovida no último dia 22, no NETI, pela Associação de Monitores da Ação Gerontológica-AMAG/UFSC. João Álvaro descobriu  e adotou a Ikebana como hobby, como lazer, e desde então vem transmitindo conhecimentos com a satisfação de quem realmente faz aquilo que gosta.





Durante a Oficina, entre um e outro ensinamento, o facilitador ia respondendo às curiosidades do Blog. A técnica de Ikebana é uma arte milenar com origem no Budismo e teve origem na India. Alguns séculos depois, chegou à China, Coreia e Japão. No Brasil, é muito difundida na Colônia Japonesa, particularmente no Paraná e em São Paulo, contou.      








A sua primeira participação numa Oficina de Ikebana ocorreu em Outubro do ano passado, durante a SEPEX, quando então cursava “Arte e Cultura Japonesa”, no NETI. “Recebi  um convite para participar da Oficina, gostei e essa é terceira Oficina que faço no NETI”, disse o facilitador.
Falar sobre Ikebana requer horas de conversa, aprendizado, conhecimento e alguns segredos. João conta que no início, a técnica era trabalhada somente pelos homens. Após centenas de anos, é que as mulheres começaram a praticá-la. No início, os arranjos eram feitos em vasos baixinhos, de nome “Moribana”. Com a participação feminina, surgiram os vasos “Nageire”, de formato longo, comprido, o que segundo ele revolucionou o processo de fazer Ikebana.










Durante a Oficina realizada no NETI, o facilitador fez uso de instrumentos básicos como tesouras  para poda – ele levou 11 tesouras no total- um pote com água, de nome “Mizukiri” para inserir os galhos no momento do corte,  “Hanadome”, suporte inventado pelos japoneses para fazer a fixação das flores no arranjo, esponja floral e vasos.
“A técnica de cortar os galhos embaixo d’água aumenta a durabilidade dos ramos de flores. Se cortarmos os galhos no ar, o ar impede a circulação da seiva;  cortando dentro da água, a água faz com que naturalmente a seiva continue circulando”, recomendou.



A montagem dos arranjos ficou por conta da criatividade das participantes. À medida em que as flores eram colocadas nos vasos, o facilitador ia fazendo ponderações. Assim foi com a escolha de um galho seco, escolhido a dedo no meio de tantos, para enfeitar um dos arranjos que serviram de demonstração para o Grupo.  “Os japoneses admiravam os antepassados. No Japão, sempre que usam um galho seco, estão fazendo uma homenagem aos seus antepassados”, observou.
Rodeadas por mais de 15 variedades de flores como crisântemos de cores variadas (branco, rosa, vermelho, amarelo) levadas pelo facilitador e pelo Grupo, além de rosas, orquídeas, mosquitinhos brancos e de galhos para ornamentar, dos mais diversos tipos, as participantes deram asas à criatividade para compor no espaço de aula ao ar livre, no deck do NETI,  lindos arranjos florais, criados na emoção de um grupo que acabava de se conhecer e que se encantava com a habilidade do professor em sugerir combinações bonitas. Ao final da Oficina, o que mais se observava eram elogios e sorrisos, com todas as participantes ostentando seus dotes artísticos e levando para casa o fruto da mais nova descoberta.





A Oficina de Ikebana é composta de dois encontros. O segundo e último estava marcado para essa terça-feira (29/10), mas devido a problemas de saúde do facilitador o encontro foi adiado. A diretoria da AMAG e participantes estimam as melhoras do Sr. João Álvaro e ficam torcendo pelo seu pronto restabelecimento, quando uma nova data para o encontro será agendada, antecipa a presidente da AMAG, Maria Aparecida Ferreira.
Abaixo, alguns dos arranjos produzidos pelo facilitador, enquanto explicava a técnica de Ikebana para o Grupo.











Texto:Vanda Araújo
Fotos: Vanda Araújo com colaboração de Arlete Guarezi Zandomeneco

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