Primeiro dia de Frivolité fez sócias da AMAG quebrarem a cabeça. “Técnica é difícil”, admitiam ao final da Oficina que misturou desafio e divertimento


“A parte mais difícil é pegar o jeito de fazer a virada do ponto”, observava Marlene Buzzi Maiochi. “Só tem três partes difíceis: início, meio e fim”, dizia aos risos Teresa Cristina; “Achei difícil fazer o primeiro nó. Depois, peguei o jeito”, explicava-se Thelma Carvalho: “Tudo é difícil; é uma coisa totalmente nova. Começa que a gente não consegue as navetes nas lojas”, dizia Maria Aparecida Ferreira, presidente da AMAG, sem perder a esportiva nas inúmeras tentativas de fazer os nós. Assim foi o primeiro contato das sócias da AMAG com a técnica de Frivolité, na Oficina aberta ontem (04), no NETI. Quebrando a cabeça, dando risadas de si próprias e tentando ajudar umas às outras, elas passavam empolgação, felizes  por estarem   aprendendo uma coisa totalmente nova e por se divertirem também. 

Ivonita Di Concílio, facilitadora da Oficina, ao Centro




“As nossas meninas são as damas do Século XXI que fazem Frivolité” apressava-se Ivonita Di Concílio, facilitadora da Oficina, nas apresentações do Grupo. A seu lado, a assistente de turma, Marlete Martins, professora de Artesanato,concordava que a técnica “é difícil”. “Os quatro encontros que a AMAG está promovendo serão suficientes para aprender o básico. Nessa primeira aula as participantes aprenderão o manejo do aparelho, que é a Navete e aprenderão a fazer os nós. Daí para frente, tudo vai depender da força de vontade de cada uma”, disse Marlete, que se define autodidata em Frivolité. “Aprendi sozinha e por curiosidade. Peguei algumas aulas pela internet e depois fui me aprimorando”.

Marlete Martins, Assistente de Turma; "Aprendi sozinha, de curiosa"

Moema dava dicas a Arlete e parecia dominar a técnica. "Aprendi agora, nunca tinha feito Frivolité na vida", dizia, divertindo-se com o desafio




Com Ivonita foi diferente. Ela conta que aprendeu a fazer Frivolité quando ainda era criança, na Escola Técnica Industrial, em Porto Alegre, no início dos anos 50. Seis décadas depois, aventura-se como professora. 

“É a minha primeira vez como facilitadora e essa Oficina é um resgate. A técnica é linda, pode ser inserida em várias aplicações. Gosto tanto de Frivolité que não posso deixar morrer. Quero passar adiante o pouco que sei”, dizia de forma modesta, enquanto abria um catálogo de capa preta com rendas lindas de sua coleção pessoal em forma de brinco, panos de mesa bordados e peças inteiras. Conta que já fez blusas para as netas, peças exclusivas, mas que há muita coisa que ainda pode fazer.


Acima, dois trabalhos de Ivonita, apresentados na Oficina
Frivolité é uma técnica milenar, usada pela nobreza na época vitoriana. Considerado difícil de fazer e de material básico difícil de achar,  o produto em forma de renda,  também é difícil de ser encontrado. “Não se encontra para comprar. Em Florianópolis, não conheço ninguém que dê aula de Frivolité”, diz a assistente de Turma, Marlete Martins, que inclui a Técnica nas suas aulas de Artesanato. 

Grupo conheceu um trabalho diversificado, feito pela Marlete

Nesta Bolsa, a professora de Artesanato fez uso de três técnicas: Renda renascença, na parte superior; Frivolité, na parte central e as flores, feitas de um tipo de tear denominado Nhanduti ou Renda Tenerife

A Oficina que está sendo oferecida pela AMAG chega, portanto, como uma novidade. Além do encontro de ontem (04) serão oferecidos outros três, nos dias 11, 18 e 25 de Junho, na sala 04 do NETI.  “Se as alunas acharem que precisam de reforço, podemos conversar com a presidente da Associação. Hoje foi o primeiro dia e algumas saíram fechando nós. Estou dando a lição de casa para elas”, brincava Ivonita, ao final do Encontro.


Texto e fotos: Vanda Araújo

Comentários

  1. EXCELENTE!!!!!!!! Obrigada Vanda e AMAG, por divulgarem esse nosso trabalho.
    PARABÉNS às minhas aplicadas "alunas", pois tornaram nossa tarde uma agradável 'brincadeira-séria'.Era uma dezena de mulheres ávidas por aprender a fazer uma renda tão antiga quanto o BILRO, mas com a intenção de não perder seu manejo.
    Vamos ver o que teremos na próxima aula.

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  2. Ivonita, não se empolgue! Na próxima aula, recomeçaremos, pelo menos da minha parte.
    Trabalhos maravilhosos mas a cabecinha idosa está meio truncada. Foi muito bom. Esse exercício mental espanta o nosso inimigo: Alzheimer.

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