Homenagem do GEC às Mães teve filme premiado sobre mãe imigrante marroquina e carta em papel rosa com “Reflexão sobre o Dia das Mães”, embalada com renda de bilro
O Grupo de Encontros
Culturais-GEC/CENETI exibiu Fátima, filme francês de 2015, vencedor de três prêmios,
para homenagear as mães do Grupo nessa semana em que se comemora o Dia das
Mães. Este foi o primeiro encontro de Maio do Grupo de Encontros Culturais.
Depois do debate, ao final da sessão, as mães do GEC foram homenageadas com
mimo especial – uma carta em papel rosa com texto para “Reflexão sobre o Dia
das Mães”, embalada com renda de bilro feita por rendeiras de Sambaqui. Um mimo de
extremo bom gosto, pensado e idealizado pela Coordenadora Geral do GEC, Maria
Aparecida Ferreira e pela Coordenadora Técnica, Raquel Maia Liberato. A mediação
do filme foi de Maria Graciela Baigorria, da Coordenação Técnica, que
gentilmente compartilha as informações veiculadas com os nossos leitores.
Filme foi inspirado
numa história real
FÁTIMA é um filme
francês de 2015, do diretor Philippe Foucon. Foi exibido na
Quinzena dos realizadores, evento paralelo ao Festival de Cannes e ganhou três prêmios:
Melhor filme, Melhor roteiro e Melhor atriz pelo Cesar
(Oscar francês). O filme é
Inspirado na historia
real da imigrante marroquina Fátima Elayoube que hoje tem 65 anos
e escreveu dois
livros sobre sua experiência como mãe imigrante. No filme, Fátima é argelina.
Sobre a imigração
A imigração e um
problema social para a França nos últimos 30 anos, especialmente da região
da Africa Magreb (Marrocos, Argélia, Tunisia). Em 2012, 4% dos habitantes
eram africanos. Isso tem raízes desde a época colonial. Depois da Segunda
Guerra, os países da Europa Ocidental incentivaram a migração para obter
mão de obra para sua reconstrução.
Sobre o diretor
Philippe Foucon é um
cineasta, roteirista e produtor francês, nascido em Marrocos, onde passou
sua infância e também na Argélia. Seus filmes abordam a
temática da imigração, como Fátima e Amin (filme recente sobre um
imigrante senegalês) e do fanatismo religioso com A desintegração.
Sobre o filme
-O filme trata de um
conflito familiar entre gerações e se centra no quotidiano da mãe e as
duas filhas analisando o comportamento de cada uma das três mulheres.
-Retrata o choque
cultural da mãe (imigrante, divorciada, muçulmana, não fala francês e
faz faxina) e as duas filhas nascidas na França (distantes da cultura e
rígidas tradições defendidas pelos pais).
-As filhas fazem a
ponte entre a cultura muçulmana e as costumes locais: a mãe fala em árabe
e elas respondem em francês.
-Fica evidente o
sentimento de não-pertencimento, desenraizamento em Fátima, sentimento que
todos os imigrantes carregam, mas ela consegue retomar sua identidade
mediante a escritura
em árabe de tudo o que não pode falar em francês.
-Fátima toma
consciência da importância de seu trabalho de domestica na vida das
mulheres francesas e também de seu trabalho em casa (dupla jornada para as
mulheres)
-Ela tem orgulho de
ser Fátima e de tudo o que conseguiu sozinha: mãe Fátima cuidando das
filhas com responsabilidade , com "as almas que fiz nascer",
"esta e minha Intifada".
-Sua felicidade
depende da felicidade das filhas como na cena final.
-Fátima :heroína, mãe
coragem, sua luta e permanente como em tantas outras Fátimas.
Mimo oferecido pelo
GEC faz refletir sobre a perda de essência das homenagens ao Dia das Mães
Abaixo, a Carta em papel rosa, de tema “REFLEXÃO SOBRE O DIA DAS
MÃES”, oferecida em homenagem ao Dia das Mães, a ser comemorado nesse
domingo (12/05). O texto conta a história do Dia das Mães através da Mitologia
Greco-Romana, fala da origem do Dia das Mães em nossa civilização, de como
surgiu no Brasil e faz refletir sobre a perda de essência das homenagens à
esse dia. Confira!!
REFLEXÃO SOBRE O DIA DAS MÃES
Você conhece a história do dia das mães?
Mitologia
greco-romana
O costume
de homenagear as mães remonta da Antiguidade.
Existem
referências que demonstram a prática de festas cuja duração tinha três dias e
incluía paradas, jogos, baile de máscaras, presentes e banquetes.
Tudo isso
em oferecimento às mães e as divindades que as representavam. Podemos citar,
por exemplo, as seguintes deusas mitológicas: Rhea, considerada mãe dos deuses
gregos, e a deusa correspondente romana Cybele.
Há tantas
outras deusas que poderiam ser citadas como representantes do feminino nas mais
variadas culturas e civilizações. Pois, trata-se da representação de um
arquétipo, em que o sagrado do feminino é invocado e reverenciado.
Isso é
comum nas diferentes regiões do planeta, desde os primórdios da civilização.
Origem do
dia das mães em nossa civilização
No entanto, o Dia das Mães como é
celebrado atualmente teve origem nos EUA, graças a uma mulher que lutou com
todas as forças para que ele fosse criado e, depois, abolido.
Antes de se tornar um dia para
dar presentes, ramos de flores e cartões, essa data era reservada para que as
mulheres chorassem os soldados caídos e lutassem pela paz. Tudo começou com uma
mulher chamada Ann Reeves Jarvis (1832-1905), ela organizava grupos de mulheres
que trabalhavam para melhorar as condições sanitárias da época e, assim,
reduzir a mortalidade infantil, além de cuidar de soldados feridos durante a
Guerra Civil norte-americana.
Depois da guerra, Jarvis passou a
organizar reuniões pacifistas — ou Dia das Mães —, incentivando as mulheres a
adotar um papel mais politicamente ativo.
Filha
dedicada
Mas foi
Anna (1864-1948), filha de Ann, quem transformou essa data no que ela é hoje.
Anna
ficou extremamente tocada pelo falecimento de sua própria mãe, passando a
organizar homenagens que, pouco a pouco, acabaram se espalhando para outras
cidades e estados norte-americanos.
Os
eventos foram se tornando tão populares que, em 1914 é aprovada a resolução
pelo congresso dos Estados Unidos, instaurando o segundo domingo de maio como
dia das mães.
Arrependimento
posterior
Anna
ficou profundamente perturbada quando percebeu que a festividade estava se
transformando numa mina de ouro e uma comemoração de cunho comercial.
Frustrada,
passou a organizar boicotes, participar de protestos e inclusive foi presa por
perturbar a ordem.
Ela
acabou gastando toda a sua herança e energia para abolir a celebração que ela
havia criado anos antes, apesar de ter podido lucrar absurdamente com a
“comercialização” do Dia das Mães.
Anna
acabou morrendo sozinha e sem um tostão em um hospital psiquiátrico aos 84
anos.
E como
surgiu no Brasil?
No Brasil,
em 1932, o então presidente Getúlio Vargas, a pedido das feministas da
Federação Brasileira pelo Progresso Feminino , oficializou a data no segundo
domingo de maio.
A
iniciativa fazia parte da estratégia das feministas de valorizar a importância
das mulheres na sociedade, animadas com as perspectivas que se abriram a partir
da conquista do direito de votar, em fevereiro do mesmo ano.
Em 1947,
Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que
essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.
Perdemos a essência
O dia das
mães surge com a finalidade de homenagear as mães, mas a sociedade perdeu essa
essência.
Qual é a
essência desse dia? Não é homenagear as mães e refletir sobre a sua
importância?
Desde a
mais remota história, observamos essa necessidade da humanidade de reconhecer e
honrar a natureza feminina, através das mães.
Entretanto
atualmente, pouco ou quase nada se reflete sobre a importância das mães e o
motivo pelo qual o feriado existe.
O objetivo
deste artigo é justamente o resgate dessa essência perdida.
A influência do marketing e a comercialização
da data
Infelizmente,
a comercialização da data faz parecer que tudo se resume a compra de um
presente.
O
significado primevo não é esse.
Antes de
tudo, a essência do dia é “estar presente” e “homenagear” àquela que nos deu à
vida.
Texto: Vanda Araújo
Colaboração: Maria Graciela Baigorria e Raquel Maia Liberato/GEC
Fotos: Maria da Graça Ferreira/GEC
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