Samba, filme francês que aborda questão dos imigrantes irregulares na França, abriu programação de Abril do GEC/CENETI

              

O Grupo de Encontros Culturais-GEC, vinculado ao Centro dos Estudantes do NETI-CENETI, deu início à sua programação de Abril nessa segunda-feira (08), com o filme Samba, produção francesa de 2014, que aborda a questão dos imigrantes irregulares na França. A primeira sessão do mês contou com a presença de 32 dos 42 membros do GEC. Como já é tradição, a sessão realizada no auditório Elke Hering da BU/UFSC, teve intervalo para o cafezinho e brinde das canequinhas e foi sucedida de debate. Desta vez, a apresentadora e mediadora foi Maria Leonilda Scherner Rossi,  integrante do Grupo, com apoio da Coordenadora Técnica do GEC, Raquel Maia Liberato.
"O filme Samba, escrito por Olivier Nakache e Eric Toledano, é simpático e leve. Fala de sonho, das batalhas por realizá-lo e principalmente do poder de alguns em destruí-lo", antecipou Leonilda, observando que os diretores são os mesmos do filme "Os Intocáveis", assim como Omar Sy, que ganhou o filme de melhor ator na ocasião. 

Omar Sy é Samba Cissé
Raquel Liberato, por sua vez vez, chamou atenção para a atualidade do tema e seus reflexos em âmbito mundial."O filme faz notar que muitos países europeus, como a França, vivem uma relação mal resolvida com suas antigas colônias na África, Ásia e América. Isso se reflete no tratamento dado aos imigrantes, vistos com desconfiança, tendo que se submeter a sub-empregos e concentrando-se em guetos ou campos de detenção. O diretor coloca dois personagens de colônias no filme: Argélia e Senegal", observou. 

Trilha sonora traz clássicos da MPB

O filme tem músicas brasileiras como "Palco", de Gilberto Gil e "Take It Easy My Brother Charles, de Jorge Ben Jor e ganhou aplausos do Grupo.
"Com toda a problemática enfrentada em países longe dos seus, os imigrantes não perdem a alegria", observou Maria Bernadete da Cruz. 
"Os europeus sofreram duas guerras, também são blindados. O povo tem medo", enfatizou Sônia Magalhães, salientando que a França, como outros países europeus, ainda não tem essa questão muito bem resolvida. "O choque cultural é muito grande. Os países que recebem os imigrantes demoram para entender essa diferença", complementou.
Maria Graciela Baigorria, que também é da Coordenação Técnica do GEC, destacou como a falta de emprego, tratada de forma forte em "Samba", afeta a vida das pessoas. "Uma pessoa que não tem emprego, um lugar na sociedade, não é ninguém. Perde até a identidade", ponderou. O filme Samba é baseado no livro "Samba pour le France". Compõem o elenco, Omar Sy, Charlotte Gainsbourg, Tahar Rahim e Izïa Higelin.

Leonilda Rossi, na apresentação de "Samba"

Leonilda e Raquel Liberato (à direita)


Considerações feitas na contextualização do filme

A problemática de Samba 

Samba tenta lidar com sua identidade. Ele quer viver na França como senegalês, mas é obrigado a se “fantasiar” de europeu (terno e sobretudo); isso o destrói, toda hora ele precisa de identidades falsas para conseguir trabalho e não esconde a insatisfação. Ao final de tantas fugas à autoridade, tanas identidades falsas, tantos empregos, o que é real numa vida fingida? Quando se poderá voltar a responder ao próprio nome?

Síndrome de “burnout”

Numa época em que a Europa sofre com crises financeiras, com medidas de austeridade que aumentam o desemprego e cortam benefícios sociais e trabalhistas, políticas que exigem que as pessoas trabalhem o máximo ganhando o mínimo e acabem por gerar muitos casos de “burnouts”, com a União Européia querendo restringir a sua politica de imigração, tanto para imigrantes legais ou ilegais e o aumento da xenofobia, o filme é simultaneamente um registro de seu tempo e também um alerta.
Alice simboliza as longas horas de trabalho das sociedades ocidentais, o esgotamento, o trabalho que invade a vida e a escraviza. O termo “burnout” vem do inglês “burn” (queimar), “out” (inteiro). Segundo Dr. Drauzio Varella, o sintoma típico da síndrome de “burnout” é a sensação de esgotamento físico e emocional que se reflete em atitudes negativas como ausências no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, ansiedade, baixa autoestima, distúrbio do sono, dores musculares no pescoço, ombro e dorso, perturbações gastrointestinais. Muitas vezes se confunde a síndrome com estresse, O que acontece é que os sintomas do estresse estão presentes no “burnout”.












Texto: Vanda Araújo, com colaboração de Leonilda Rossi
Fotos: Vanda e Maria das Graças Ferreira

Comentários

  1. Este ano está sendo muito especial, o GEC está mostrando a qie veio, e a participação dos integrantes no debate é cada vez maior. Para mim que estou no GEC desde seu unicio, percebo uma clara evolução. Muito bom participar do GEC

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  2. Este ano está sendo muito especial, o GEC está mostrando a qie veio, e a participação dos integrantes no debate é cada vez maior. Para mim que estou no GEC desde seu unicio, percebo uma clara evolução. Muito bom participar do GEC

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