Primeiro encontro do GEC/CENETI de 2019 teve cinco adesões. Grupo já soma 41 integrantes e se aproxima da lotação máxima estipulada pela Coordenação


O Grupo de Encontro Culturais-GEC, do Centro dos Estudantes do NETI-CENETI, abriu as atividades de 2019 nessa segunda-feira (11), com cinco novos integrantes e presença maçica dos veteranos.  No total, 30 pessoas prestigiaram o encontro no Auditório Elke Hering, da Biblioteca Central da UFSC, em que o filme escolhido foi a “A Dama Dourada”, história verídica de uma austríaca que após refugiar-se do Holocausto em Los Angeles recupera obras de arte da família confiscadas pelo Reich de Hitler.
Com as novas adesões, o GEC que fechou 2018 com 36 integrantes, eleva para 41 o seu público cativo, número muito próximo de 50 integrantes de máxima estipulado pela Coordenação Geral. 

Maria Aparecida Ferreira, coordenadora geral do GEC, deu boas vindas ao Grupo, demonstrando satisfação com a “casa cheia”.
- Estamos todos muito felizes com a consolidação do nosso Projeto – fez questão de ressaltar, enquanto comandava a apresentação de cada um dos integrantes ali presentes.


O primeiro filme exibido pelo Grupo em 2019 teve apresentação de Arlete Guareschi (à esquerda), também Tesoureira do GEC, com mediação de Raquel Maia Liberato (à direita) Coordenadora Técnica do Grupo.

As cinco novas integrantes 

Os encontros do GEC são quinzenais e ocorrem às segundas-feiras, das 9h às 12h, na Biblioteca da UFSC. Participantes do Grupo contribuem com R$ 20 mensais, o que permite ao GEC promover eventos culturais diversos ao longo do ano sem custos adicionais. A Coordenação mantém a programação de 2019 em segredo, mas antecipa que o Grupo deve apresentar 17 filmes em média, dos quais oito durante o primeiro semestre (março a junho) e nove no segundo semestre (agosto a dezembro). No ano passado foram exibidos 17 filmes, de março a novembro.

O filme, na apresentação feita pelo GEC

“A Dama Dourada” foi baseado no livro “The Lady in Gold: The Extraordinary Tale of Gustav Klimt’s Masterpiece, de Bloch-Bauer”. Trata-se da história verídica de Maria Altmann, uma austríaca que anos depois de refugiar-se do Holocausto em Los Angeles, processa o antigo país para recuperar as obras de arte da família, confiscadas à força pelo Reich de Hitler e que se encontrava na Galeria Belvedere da Áustria.
Ano: 2015
País: Estados Unidos / Reino Unido
Diretor: Simon Curtis (não tem muitos filmes lançados no Brasil)
Roteiro: Alexi Campbell (um roteirista estreante, com poucos trabalhos ainda)
Atriz: Helen Mirren
Ator: Ryan Reynolds
O filme possui uma estrutura simples, mas alcança seu objetivo, com boa qualidade técnica da fotografia de Ross Emery e ótima direção de arte de Jim Clay. Como característica do cinema americano, é um filme de tribunal, com suas estratégias e disputas.
O filme retrata duas épocas bem distintas (anos 40 e 80).
O roubo de obras de arte – particulares e de museus – durante a Segunda Guerra Mundial é um aspecto ainda pouco conhecido da atuação nazista. Nos últimos 15 anos, mais de 12 mil objetos foram devolvidos aos legítimos proprietários e a Alemanha vem analisando a procedência de milhares de obras de sua coleção.

Escolha pelo Grupo foi estratégica

Para Raquel Liberato, “A Dama Dourada” é um alerta para o presente, a partir da lembrança de um terrível passado.
- O filme é centrado na alta classe austríaca do início do século XX e na recuperação legal de uma das obras de arte mais icônicas do país - a chamada “Mona Lisa da Áustria”. Assim como todos que sofrem um perda física, irreversível, Maria Altmann procura se recuperar de uma forma simbólica. No caso dela, o reencontro com o passado está em preservar a memória da própria família, observou a Coordenadora do GEC.
Arlete Guareschi, por sua vez, destacou a força da personagem Maria Altmann no contexto da obra, lembrando que a escolha do filme também representou uma homenagem do GEC às integrantes do Grupo pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado dia 08 de março.

Curiosidades sobre Gustav Klimt pesquisadas pelo GEC

Gustav Klimt nasceu em 1862, em Viena e faleceu em 1918, aos 55 anos. Aos 14 anos foi estudar na “Escola das Artes Decorativas” ligada ao Museu Austríaco Imperial Real de Arte e Industria de Viena Stoclet, no auge do período dourado.
Adolphe Stoclet, um magnata belga foi viver em Viena com a mulher,e mandou construir o "Ateliê Vienense", onde Klimt se destacou. É aqui que o pintor experimenta uma mudança no estilo; surgem os motivos geométricos repetidos, deixando aparecer apenas algumas partes essenciais realistas que permitem o seu entendimento.
Em "O beijo" (1907/08), baseado em si mesmo e na sua amante Emilie, a mulher fatal aparece submissa, comunica uma sexualidade latente. "O Beijo" constitui o auge do período dourado.
Em "Dánae" (1907/08), a sua provocação afirma-se de modo mais óbvio. Junto à figura da mulher ruiva adormecida, surge aquilo que muitos interpretam como uma torrente de moedas de ouro e espermatozoides. Dânae, amada por Zeus na forma de uma chuva dourada, O tema mitológico tem, em Klimt, a representação de um instante eterno, sagrado e superior. Em Danae, Klimt projetou uma feminilidade pensada e absorta em si, entregue às suas energias instintivas. Nessa medida, Danae é um "ícone do narcisismo feminino", de tal forma preocupada com ela própria que exclui qualquer outro objeto de amor para além do seu próprio corpo.

O fim do período dourado

Na primeira década do século XX o expressionismo faz com que o estilo dourado de Klimt deixe de ser usado. Em 1909 Klimt parte para Paris onde toma contacto com as obras de Toulouse-Lautrec. A partir de então, Klimt passa a usar cenários menos elaborados, deixando de lado os motivos geométricos e a suntuosidade do ouro. Nesta fase, pinta “ O Chapéu de Plumas Negras” (1910). Surgem, também, pinturas de jardins, paisagens campestres, com a inclusão de elementos naturais (a água, a vegetação), bem como de construções, já refletindo. a influencia do cubismo que surgia.


Texto: Vanda Araújo
Ficha técnica e demais dados sobre o filme: Raquel Maia Liberato e Arlete Guareschi

Comentários

  1. O primeiro encontro do ano, foi bem especial, e realmente este quarto ano do GEC, que se inicia é de consolidação. Projeto elaborado por alunos do NETI /CENETI que está se firmando com sucesso.

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  2. Vanda, parabéns pela bela matéria ! Foi sem sombra de dúvidas, um ótimo encontro marcando o início de 2019.

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  3. As atividades do GEC tiveram início com esse filme
    excepcional e sabemos que é só o prenúncio do que virá pelo ano. Este grupo é muito especial. Estou certa de que vem muita coisa boa por aí. Parabéns a todo@s!!!

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