NETI recebe bisneta e tataraneta do poeta Cruz e Sousa, na tarde de hoje

O Núcleo de Estudos da Terceira Idade-NETI, recebe logo mais às 15h, a visita da bisneta e tataraneta do poeta Cruz e Sousa, nascido em Florianópolis e falecido precocemente, aos 36 anos. O idealizador e anfitrião do encontro é o professor aposentado da UFSC, Flávio da Cruz, de atuação em Ciências Contábeis, mas grande apreciador da Literatura. A diretora geral da Academia de Canto e Letras do CENETI-ACLC, Osmarina Maria de Souza, 89 anos, cinco livros publicados e 52 antologias, também fará as honras da casa, ao lado da Coordenação do NETI e de demais membros da ACLC e de escritores, como Edenice Fraga, Coronel de Polícia do Estado, membro da Academia de Letras, também destacada por declarar Cruz e Sousa.
Para Osmarina, o encontro de hoje, aliás, ganha ares de reencontro. Há 21 anos, em 1988, a poetisa participou de evento de premiação literária em Florianópolis, em que as familiares do poeta também estiveram presentes.
“Sem dúvida, a tarde de hoje será de grande momento para o NETI” diz a poetisa. Sentimento semelhante é compartilhado pela Coordenadora do NETI, Jordelina Schier, para quem a visita de familiares do poeta representa “uma bela oportunidade de encontro literário”.
Discriminado por ser negro, poeta foi um dos precursores do Simbolismo no Brasil
Com a alcunha de Dante Negro ou Cisne Negro, João Cruz e Sousa foi um dos precursores do simbolismo no Brasil. Segundo Antonio Candido, Cruz e Sousa foi o "único escritor eminente de pura raça negra na literatura brasileira, onde são numerosos os mestiços". 
A biografia do poeta revela fatos curiosos. João da Cruz e Sousa era filho de ex-escravos e ficou sob a proteção dos antigos proprietários de seus pais, após receberem alforria. Por este motivo, recebeu educação exemplar no Liceu Provincial de Santa Catarina. Apesar disso, teve que enfrentar o preconceito racial muito evidente na época. Isso, no entanto, não foi pretexto para desmotivá-lo, tornando-se conhecido como o mais importante escritor do Simbolismo.
Foi diretor do jornal abolicionista Tribuna Popular em 1881 e nomeado promotor público de Laguna (SC), cargo recusado logo em seguida por ser negro. Depois de algum tempo no Rio Grande do Sul e após enfrentar represália para não sair de sua terra natal por motivo de preconceito, o autor fixa residência no Rio de Janeiro, onde trabalhou em empregos que não condiziam com sua capacidade e formação.
Em 1893 publica as obras Missal (poemas em prosa) e Broquéis (poesias), consideradas o marco inicial do Simbolismo no Brasil que perduraria até 1922 com a Semana de Arte Moderna.
O poeta casou-se com Gavita Gonçalves e teve quatro filhos, mortos precocemente por tuberculose, o que deixou-a enlouquecida, em 1896. Foi o escritor quem cuidou da esposa, em casa mesmo, temática que aparece em muitos de seus poemas. Cruz e Sousa faleceu aos 36 anos, em 19 de março de 1898, vítima do agravamento no quadro de tuberculose.
Entre as suas obras ganham destaque a Poesia, com Broquéis (1893); Faróis (1900) e Últimos sonetos (1905) e a Prosa poética, com Tropos e fanfarras (1885) em conjunto com Virgílio Várzea, Missal (1893) e Evocações (1898). A biografia apresentada aqui é de Sabrina Vilarinho, Graduada em Letras.

Texto: Vanda Araújo

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