GEC/CENETI encerra 2018 com 17 filmes exibidos. O último, de temática focada no Amadurecimento e Ética, foi “A Garota do Armário”. O Grupo volta a se reunir dia 3 de dezembro, em Confraternização de Fim de Ano



O Grupo de Encontros Culturais-GEC/CENETI vai fechando mais um ano de realizações com seus integrantes. Balanço preliminar da Coordenadora Técnica, Raquel Maia Liberato, aponta para um desempenho positivo das ações de 2018, com 17 filmes exibidos no período de março a novembro. No acumulado dos três últimos anos, o GEC contabiliza 55 filmes apresentados, com abrangência para os mais diversos temas e  nacionalidades, com todas as sessões sucedidas de debate. No último encontro do ano, realizado dia 26 de novembro, o filme escolhido foi a "Garota do Armário", de temática voltada ao Amadurecimento e Ética. Com as atividades de 2018 encerradas, o Grupo, agora, concentra energias na festa de Confraternização de Fim de Ano, marcada para segunda-feira, 03 de dezembro, em Sambaqui, norte da Ilha.

Confira as dicas da Coordenação Técnica sobre o último filme de 2018

“A Garota do Armário”(Maman a tort - Mamãe está errada, em tradução livre)
Produção: França/Bélgica
Ano: 2016
Direção e Roteiro: Marc Fitoussi
Elenco: Jeanne Jestin, Émilie Dequenne
Jeanne Jestin, com 14 anos, se destaca em seu primeiro papel como protagonista. A atriz começou sua carreira no cinema aos 9 anos e participou dos filmes A Vida Doméstica (Isabelle Czajka), O Passado (Ashgar Farhadi) e Orage (Fabrice Camoin). Jeanne já é considerada um dos nomes promissores para o futuro do cinema na França.

Tema: Amadurecimento e Ética
Anouk inicia uma investigação que leva à descoberta de operações ilegais da seguradora e podem envolver, inclusive, sua própria mãe. Tendo a adolescente como figura central, Fitoussi reduz a faixa etária do conflito de gerações retratando as agruras de um período marcante de transição, o dos primeiros contatos com o universo adulto.
O choque com a realidade das contradições do mundo de “gente grande”, que termina por exercer maior impacto sobre Anouk, é a aproximação com uma faceta até então desconhecida, de sua mãe. O que altera a percepção sobre uma imagem materna idealizada, gerando o confronto, a contestação e posteriormente, o estreitamento dos laços.
Um processo de amadurecimento acelerado que reflete a própria trajetória de Cyrielle, obrigada a abdicar de desejos da juventude, como cursar a faculdade, devido à gravidez precoce.
O filme denúncia a mesquinhez e a corrupção presente no meio das grandes corporações, bem como uma crítica aos valores da sociedade contemporânea – da obsessão pelo trabalho, pelo alcance de metas e pelo lucro a qualquer custo.
O diretor, embora trate de um tema grave, conduz a narrativa com leveza. Essa, inclusive, é uma característica do diretor (Copacabana e Um amor em Paris), o que dá veracidade na construção da personagem, acentuada pela naturalidade e desenvoltura da encantadora Jestin no papel.
A temática dos obstáculos enfrentados pelas mulheres contemporâneas, por sinal, é destaque no trabalho de Fitoussi. Uma mãe solteira que batalha para criar a filha – omitindo seus sofrimentos para protegê-la – e seguir conquistando espaço em seu emprego, mesmo sem um diploma.
Os personagens masculinos surgem basicamente como representações de obstáculos: o pai ausente, o pretendente adúltero que Cyrielle conhece através de um site de relacionamentos, o chefe abusivo e até mesmo o jovem Emile (Joshua Mazé) que também estagia na seguradora, e por quem Anouk se interessa.
Fitoussi trabalha muito bem a fase adolescente com o romance e a desilusão amorosa, e se vale de alguns simbolismos pueris – como a caveira de post-its na parede da seguradora ou o ato de “rebeldia” envolvendo os chocolates.
Anouk, uma menina muito humana e ainda inocente, se depara com as injustiças praticadas por algumas empresas e quer ajudar. Ela procura se libertar da realidade, ao menos momentaneamente, em seu grito solitário abafado pela música de uma festa, e retornar à simplicidade da fantasia infantil, ainda que tenha consciência de que já não é mais a mesma garota de antes.
“É um filme leve, mas que dá um baita recado no final”, observa Raquel Maia Liberato, coordenadora Técnica do GEC/CENETI.

Confira a lista dos 55 filmes apresentados pelo GEC, nesses 3 anos de atuação

2016
1. Blade Runner – O caçador de andróides
2. Filhos do Paraíso
3. A excêntrica família de Antônia
4. Minha vida sem minhas mães
5. O carteiro e o poeta
6. Tudo sobre minha mãe
7. O dançarino do deserto
8. A procura do amor
9. A Liberdade é azul
10. A Igualdade é branca TRILOGIA DAS CORES
11. A Fraternidade é vermelha
12. O Banheiro do papa
13. Sonata de outono
14. Dois dias e uma noite
15. O Abraço Partido
16. Retratos da vida
17. Shaun o carneiro
18. A Visita
19. O melhor lance

2017
1. A Tentação do senhor Antônio
2. O garoto da bicicleta
3. Aquarius
4. Curta- Hoje eu não quero voltar sozinho
5. Festival de curtas de Jorge Furtado: Ilha da flores – Temporal – Sanduiche
Curta - O Aquário de Antígona
6. Julieta
7. Dogville
8. Curta - A Rifa
9. Rio da Lua
10. Nove Rainhas
11. O Último dançarino Mao
12. Três homens e uma noite fria
13. Escritores da liberdade
14. Transamérica
15. Três mundos
16. O sal da terra
17. A caça
18. A onda
19. A testemunha de acusação

2018
1. Renzo e Luciana
2. Curtas: Novembrada e Desterro
3. A Mulher fantástica
4. Gloria
5. Volver
6. Circuito FAM de Cinema: O Som dos sinos
7. A Separação
8. Gonzaga: de pai para filho
9. Saneamento básico
10. Sonhos
11. Capital humano
12. Loucas de Alegria
13. SEPEX/UFSC 2018: Fendó –Tributo a uma guerreira
14. O filme da minha vida
15. Chocolate
16. Argentina
17. A Garota do armário


Texto: Vanda Araújo
Colaboração: Raquel Maia Liberato


Comentários

  1. Parabenizamos o grupo de coordenação, por mais esse marco de exibições, votos de maiores realizações para 2019, Maria Cecilia Godtsfriedt

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