Gerontologia Ambiental: alunos do CFMAG/NETI recebem Diretor Técnico Científico da ANG-SC, que orienta para intervenções em moradias de idosos e aponta tendências



O Curso de Formação de Monitores da Ação Gerontológica-CFMAG, é um dos mais antigos do NETI e também é apontado como um dos mais completos por alunos que já o fizeram. Nele, os alunos se deparam com um jeito diferente de aprender, estimulados pela multiplicidade de temas trabalhados. Desde março de 2017, início das aulas da turma atual até agora, diversos profissionais passaram pela sala de aula a convite dos professores, disseminando conhecimentos junto às disciplinas de Noções de Gerontologia, Dinâmica de Grupo, Filosofia, Sociologia e Antropologia. Esse ano,  os alunos já tiveram aulas de Noções de Direito e nesse trimestre estão estudando Metodologia da Ação Gerontológica, ministrada pela professora Maria Cecília Godtsfriedt e Noções de Saúde, com a professora Jordelina Schier, coordenadora do NETI. Nessa disciplina, em particular, já visitaram a turma do CFMAG dois estudantes da última fase do Curso de Biologia, da UFSC, com a proposta inusitada de trabalhar Biologia do Envelhecimento e mais recentemente, a doutora em Enfermagem, Melissa Honório Locks, do Departamento de Enfermagem da UFSC, que abordou "O auto cuidado na incontinência urinária".

Gerontologia Ambiental focou moradias para pessoas idosas 

Essa variedade de conteúdo expõe um programa de Curso idealizado para habilitar o monitor a atuar como multiplicador da ação gerontológica, fazer refletir sobre situações vividas na realidade e propiciar um ensino-aprendizagem que permita a integração entre o Conhecer, o Fazer, o Conviver e o Ser, pilares da Educação Permanente.
Na disciplina de Metodologia da Ação Gerontológica teve destaque, no último trimestre, as presenças de Olga Maria Reis, articuladora na Rede Social de São José e do professor Nelson Seiffert, doutor em Engenharia de Produção e diretor-técnico científico da Associação Nacional de Gerontologia de Santa Catarina-ANG-SC.

Ex-professor do NETI, onde ministrou o Curso de Formação Política, em 2014, e um Seminário sobre Gerontologia Ambiental Aplicada em 2016, Nelson Seiffert falou sobre a necessidade de intervenções no espaço da moradia de idosos, com destaque para adaptação da moradia e saúde, barreiras e prevenção de quedas, comunicação, ventilação, refrigeração, aquecimento, iluminação, pisos, janelas e portas, segurança, tecnologia e vizinhança e também deu ênfase aos condomínios residenciais, apontados como tendência em moradia para pessoas idosas no Brasil.
Questionado sobre qual a melhor forma de moradia para pessoas que envelhecem, o professor salientou que se faz necessário observar aspectos associados à individualidade das pessoas.
 “As moradias são uma expressão do estilo de vida, um lugar onde a pessoa se exprime através de suas características individuais. Parece pouco produtivo querer estabelecer padrões de moradias para pessoas que envelhecem”, observou. O que se pode fazer, na sua opinião, é fornecer orientações gerais que favoreçam a condução da vida diária das pessoas tendo em mente a busca de facilidades para o convívio residencial. Citou que no caso de idosos de idade mais avançada, a organização do espaço e do mobiliário, por exemplo, devem conduzir a um apoio crescente da autonomia e suporte da mobilidade dentro da residência.

Na opinião do professor Nelson, intervenções no espaço da moradia de idosos devem propiciar autonomia, satisfação,  bem estar e a eliminação de barreiras que reduzam os riscos de acidentes e quedas. 
As adequações na moradia a que o professor se refere, vão desde pequenas medidas como a inclusão de barras de apoio em banheiros e instalação de corrimões nas escadas, à inclusão de equipamentos e tecnologias.
“O piso residencial não deve ser frio, pois pode afetar a saúde, causar resfriados, acentuar doenças reumáticas e circulatórias  que afetam as pernas de pessoas idosas”, observou. “Também não deve ser excessivamente liso, pois pode ser motivo de deslizamentos, tropeços e quedas. Se houver desníveis entre peças da residência, ou escada, estes locais devem ser bem iluminados e dotados de faixas anti-deslizamento”, recomenda.  
De acordo com o professor Nelson, tanto casas como apartamentos podem atender aos interesses de pessoas adultas, desde que conduzam a uma vida autônoma.
“A maioria das pessoas idosas quer envelhecer em suas casas e se mostram dispostas a fazer reformas para melhorar a capacidade de manutenção e conforto. Nos últimos anos, no entanto, um grupo crescente de idosos vem mostrando disposição em se mudar para condomínios residenciais para obter maior contato social, segurança e serviços de apoio e saúde, mantendo o máximo de sua autonomia, individualidade e independência”, observou o professor.
Como exemplo, citou Florianópolis, onde alguns condomínios já se destacam pela quantidade de moradores da terceira idade. No Condomínio Solar das Acácias, 80% dos moradores são idosos, enquanto no Condomínio Mirante das Ilhas, na Beira Mar Norte, também se observa atendimento diferenciado aos moradores idosos.


O que é Gerontologia Ambiental

Gerontologia Ambiental, ramo da Gerontologia Geral, é definida pelo professor Nelson como a ciência gerontológica que incorpora a variável ambiental em suas teorias, análises, pesquisas e aplicações práticas. Já a Gerontologia Aplicada à Intervenção Gerontológica é a aplicação prática dos resultados dos conhecimentos e pesquisas comprovadas pela ciência do envelhecimento. 

Segundo o professor, a ideia de oferecer orientação gerontológica para formular intervenções na esfera individual, corporal e cognitiva, e adaptações para uso do espaço privado e conduta no espaço público, apresenta faces de muitas disciplinas do contexto psicológico, espacial, social e coloca a Gerontologia Ambiental e a Gerontologia Aplicada em um campo de estudos e pesquisas interdisciplinar, oferecendo opções úteis para aplicações práticas à vivência de pessoas na fase de envelhecimento.

Texto: Vanda Araújo

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