Documentário vencedor do Circuito FAM de Cinema, exibido pelo GEC, inspirou palestrante a trabalhar compreensão da Espiritualidade
Um público expressivo prestigiou
a exibição do documentário “O Som dos Sinos”, na última quinta-feira (24), no
NETI, em evento promovido pelo Grupo de Encontros Culturais – GEG/CENETI. Convidada
para um bate-papo pós-sessão, a psicóloga Lorena Machado e Silva inspirou-se no
filme vencedor do FAM de 2017 para trabalhar a compreensão da Espiritualidade. Lorena ilustrou o tema com citações e imagens de
pensadores, sugeriu vídeo e vasta bibliografia e ao final pegou o
público de surpresa para uma experiência que ela define “Como trabalho de
presença, no aqui e agora”, com base no relaxamento e na respiração.
A manhã cultural realizada pelo GEC, com o apoio do Circuito FAM reuniu membros do GEC, alunos do NETI e alunos das três turmas do Curso de Cinema da professora e socióloga Mônica Joesting Siedler, ex-professora de CineDebate do NETI.
A manhã cultural realizada pelo GEC, com o apoio do Circuito FAM reuniu membros do GEC, alunos do NETI e alunos das três turmas do Curso de Cinema da professora e socióloga Mônica Joesting Siedler, ex-professora de CineDebate do NETI.
FILME FOI GRAVADO EM NOVE CIDADES
MINEIRAS
Na abertura da sessão, a
coordenadora Técnica do GEC, Raquel Maia Liberato, fez um breve relato sobre o Documentário, quando também destacou o apoio do Circuito FAM.
Gravado em nove cidades
históricas de Minas Gerais - Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, Diamantina,
Serro, São João Del Rei, Congonhas, Sabará e Catas Altas - o “Som dos Sinos” tem
direção de Marcia Mansur e Marina Thomé; roteiro de Luisa Pitanga e direção de
Fotografia de Marina Thomé.
Os toques de sinos anunciam e marcam o ritmo da vida dos moradores
dessas cidades históricas como o Tempo
do trabalho, do descanso, da oração e da celebração, observou Raquel Liberato.
Os sineiros, personagens do alto das torres, aprendem como comunicar mortes,
partos, incêndios, missas e horários, destacou.
De acordo com a coordenadora do GEC, o documentário é uma representação
poética e visual da experiência religiosa no cotidiano da vida e busca o
universo simbólico da fé íntima dos indivíduos e das cidades onde reverberam o
toque dos sinos. Também representa uma imersão pelo universo simbólico da fé,
do tempo e das cidades onde reverberam o som dos sinos de Minas Gerais; toques
e batuques que revelam a festa, o ferro e o ouro.
Igreja e Congo
Um aspecto destacado foi o papel
da Igreja na vida dos moradores dessas cidades, na maior parte trabalhadores na
extração do minério. “ A igreja tem que perdoar o algoz que vai matar o negro
escravo”, destacou Raquel Liberato.
“Atrás da beleza do som dos sinos, há o homem correndo riscos, até de morte, uma
vez que os sineiros trabalham sem nenhum equipamento de proteção. Também
podemos pensar na construção desses sinos tão pesados, e na sua colocação nas
torres, o que não deve ser nada fácil”, observou.
A valorização do maquinário em
detrimento da morte de pessoas nas minas, na extração de minério, foi outro
aspecto observado pelo GEC.
“O filme foca o perigo de caminhões enormes e de máquinas tombarem nas ribanceiras criadas pela extração do minério. Quando acontece um acidente, a preocupação do chefe é com o caminhão e
o maquinário, que custa milhões. A vida dos trabalhadores nada vale, pois
existem muitos homens esperando por uma vaga de trabalho. É o capitalismo”,
observa Raquel. Outro aspecto curioso e que também foi mencionado é o Congo –
religião e culto dos negros, que ainda se mantém.Raquel Maia Liberato, coordenadora técnica do GEC e a convidada Lorena Machado e Silva |
Para a psicóloga e convidada
especial, Lorena Machado e Silva, o documentário transita entre o tangível e o
intangível. “Ao mesmo tempo em que traz aspectos
da tradição, é uma
crítica social perfeita”, ponderou, observando que a espiritualidade se encaixa
na tradição.
Lorena citou filósofos, falou dos
avanços da física quântica e chamou atenção para a importância da compreensão
da Espiritualidade, do que pode estar ou não sendo exercido dentro de uma religião.
“Na Espiritualidade, a
religiosidade pode estar revestida de dogmas. Tomemos a importância da fé na
cura de doenças. O que se observa, no entanto, é que estamos ressignificando o
que aprendemos nas religiões e o que está trazendo essa oportunidade de ressignificação é a filosofia, a ciência, a
arte”, ponderou.
Na ótica da palestrante, a
compreensão da Espiritualidade, da religiosidade, tem levado, inclusive, a uma mudança
de postura nos tempos atuais. “Estamos saindo da compreensão de Isto ou
Aquilo e transitando para a Inclusão, para coisas que nos conectam”, observou.
Como exemplo, a palestrante citou
dois estados de mente: a Mente Una, que percebe o que une e conecta, e a Mente
Dual, que percebe o que separa e distingue. “Há um Documentário no Youtube –
Mundos Internos, Mundos Externos- Akasha Parte 1 – que ajudam a entender esses
novos conceitos”, recomendou.
Ainda nesse contexto de compreensão
da Espiritualidade, a psicóloga apresentou duas frases para reflexão, de
autoria de um africano e de um monge:
“Religião é uma garrafa com um
rótulo, espiritualidade é a coisa dentro dela”. “Muitos brigam pela garrafa e
poucos bebem o conteúdo”.
A primeira frase é do escritor e
acadêmico africano Alik Shahadah, enquanto a de número dois é do Monge Dorj.
Lorena também deu dicas de bibliografia
sobre o tema. Entre as sugestões estão “Amor, Medicina e Milagres”, de Bernie
S. Siegel, obra que estabelece a conexão entre Ciência e Espiritualidade, “Reencontro
com a Alma”, uma Investigação Científica e Espiritual, de Larry Dossey e o “O
Efeito Isaias”, de Gregg Braden, que fala do poder de oração a partir dos
Manuscritos do Mar Morto, descobertos em 1946.
A manhã cultural proporcionada
pelo GEC, com apoio do NETI e do Circuito FAM de Cinema terminou com um “Trabalho
de Presença”, dirigido pela psicóloga, com base no relaxamento e na respiração.
“O importante é o aqui e agora porque tudo mais o Universo providencia para a
gente”, disse Lorena.
Texto e fotos: Vanda Araújo
Vanda...um prazer ler teu texto onde retratas com precisão a riqueza do nosso encontro. Agradeço a Raquel, a ti e a todo o grupo que foi reunido. Um abraço. Seguimos em conexão
ResponderExcluirObrigada, Lorena! Foram duas horas e meia de muito aprendizado. Aproveitando o recesso inesperado dessa semana, passei pela livraria Catarinense (loja da Felipe Schmidt) nessa quarta-feira (30), atrás de suas dicas de livros. "Amor, Medicina e Milagres" tem edição esgotada desde 2010, segundo a atendente. A loja também não dispõe de "Reencontro com a Alma". Está fora de catálogo, fui informada. Mas achei lá "O Efeito Isaías" e fiquei encantada!!! Grande dica de leitura, colegas! Vale a pena conferir!!!
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