Protestos marcaram abertura do Debate entre candidatos a Reitor da UFSC


Duas manifestações, encabeçadas por movimentos distintos – Movimento em luta pela Moradia e Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) – deram o tom reivindicatório à abertura do Debate entre os três candidatos à Reitor da UFSC, na tarde dessa quinta-feira (22), no auditório Garapuvu, do Centro de Eventos.  
Tão logo os candidatos tomaram seus lugares, um grupo de cerca de trinta alunos ligados ao Diretório Central dos Estudantes (DCE) entrou no Auditório Garapuvu tocando tambores e exibindo uma grande faixa em que se lia “Moradia não é favor, é direito! Reitoria, cadê a moradia?”. Enquanto a faixa era anexada à frente do palco onde estavam os candidatos, os estudantes gritavam, ao som dos tambores, “Oh! Reitoria! O gabinete vai virar moradia!”, “Moradia não é favor, é direito!”, pegando a todos de surpresa com a força do movimento.


         Candidato Irineu Manoel de Souza manteve-se de pé durante a manisfestação dos estudantes

O presidente da ComeleUFSC, comissão organizadora do debate, Paulo Rizzo, que fazia a abertura dos trabalhos, deu a palavra ao comando do Movimento. No documento lido, os manifestantes defenderam o fortalecimento das políticas de permanência, com destaque sobretudo para a ampliação da Moradia Estudantil e melhorias na estrutura da moradia existente. De acordo com os manifestantes, “a moradia da UFSC dispõe de 167 vagas para estudantes de graduação, abrindo menos de 15 vagas anualmente, o que não atende ao número crescente de estudantes em situação de vulnerabilidade financeira”.
Os representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB),  por sua vez, discursaram sobre o Dia Mundial da Água, comemorado nessa quinta-feira, 22 de março, dia do Debate. Os manifestantes alertaram para as consequências das privatizações e defenderam maior abertura das universidades à sociedade civil. “As privatizações representam piora nas condições de serviços e aumento das tarifas de energia elétrica”, ponderou o comando do movimento, ao fazer uso do microfone. 



Ao fim das manifestações, o mediador do Debate, jornalista e historiador Paulo Roberto Santhias, coordenador da Rádio Udesc FM, deu início aos trabalhos, expressando a acolhida pacífica da organização do evento ao duplo protesto: “Os estudantes vieram até aqui trazer reivindicações legítimas e democráticas”, disse Santhias.

Comunidade universitária lotou o Auditório. Apoiadores de campanha, vestidos de azul, verde e laranja disputaram aplausos




O debate lotou o Auditório da Reitoria e permitiu ao público uma visão geral da plataforma de campanha dos candidatos. O público teve direito a cinco perguntas, formuladas previamente, através de formulário eletrônico e sorteadas na presença dos convidados. Organizado em cinco blocos, o debate teve início com a apresentação dos candidatos. 


O segundo bloco foi destinado à resposta das cinco perguntas do público e o terceiro, às perguntas entre os candidatos, que discorreram sobre temas previamente definidos como pesquisa, extensão, ensino (educação básica, graduação e pós-graduação), segurança, assistência estudantil, financiamento, Restaurante Universitário (RU), Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), autonomia e democracia, fundações, condições de trabalho, Campi e Educação à Distância (EaD). No quarto bloco, os candidatos novamente fizeram perguntas entre si, dessa vez com tema livre, enquanto o quinto e último bloco, foi reservado às considerações finais.


Público perguntou sobre segurança no Campi, propostas para o RU e sobre a posição da universidade face à manifestações fascistas


Candidatos Edson De Pieri (57), Ubaldo Balthazar (52) e Irineu de Souza (80)

As perguntas do público aos candidatos Ubaldo Cesar Balthazar, Edson Roberto De Pieri e Irineu Manoel de Souza focaram cinco aspectos, nessa ordem: Segurança no Campi de Florianópolis, importância das Fundações para as universidades, compromisso com a aceitação da homologação da lista tríplice após a eleição do próximo dia 28, propostas para o Restaurante Universitário e postura da universidade frente às manifestações fascistas.
Sobre essa última questão, em particular, as posições foram unânimes.
“Manifestações de grupos que querem colocar fogo na sociedade devem ser evitadas. Não podemos permitir esse tipo de ódio na Universidade. Não há amparo legal para manifestações fascistas” , disse Edson Roberto De Pieri, para quem esse assunto é controverso e não pode ser tratado com demagogia.
“A Constituição reserva autonomia à Universidade. No entanto, já fomos vítimas desse movimento, fomos ameaçados no gabinete do CSE, uma situação triste que aconteceu em nossa universidade. Na nossa administração, fatos como esses não ocorrerão”, assegurou o candidato Irineu Manoel de Souza.
“Fascismo é um perigo. Quanto mais indigente mentalmente é a pessoa, mais ela é contra os direitos humanos. Temos que lutar para impedir a propagação desses movimentos. Em nossa gestão, fascistas não passarão”, sustentou o candidato Ubaldo Cesar Balthazar, arrancando aplausos do público.



 Carmen Cunha Halsey e Maria da Graça Miranda, integraram a equipe do Blog IntegraNETI, presente ao Debate





Redação e Fotos: Vanda Araújo

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