Mesa redonda expõe desafios e fragilidades da Extensão Universitária no Brasil

Da esquerda para direita: Hans Christian, André Tiago Dias da Silva, Nélia Barbosa Osório, Flora Moritz da Silva e Giselle Kersten


Palestrantes da mesa Redonda dessa quarta-feira (05), no Fórum Nacional de Coordenadores de Projetos da Terceira Idade, com o tema “Compromisso e Inovação Social: aspectos relacionados ao envelhecimento nas Universidades”, foram unânimes na defesa da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e na estruturação de um pensamento em equipe, como forma de vencer os desafios impostos aos programas de Extensão Universitária no Brasil.
“Temos que pensar na coletividade . A Extensão precisa ser colocada como um ato de resistência” defendeu André Tiago da Silva, mestre em Administração Pública e Sociedade, pela ESAG/UDESC  e secretário de Administração no NETI .
 Na mesma tecla bateu  Flora Moritz, mestra e doutora em educação pelo Programa de Pós-Graduação em Administração PPGA/UFSC. A especialista, que vem de uma área de Gestão, defendeu mais visibilidade na área de Gestão  Universitária, observando que os projetos devem ser feitos de forma diferente, objetivando a autonomia.

Pontos fortes e fragilidades

Flora, que começou o mestrado com o Núcleo de Estudos da Terceira Idade-NETI, considerado o maior programa de Extensão da UFSC, em programas e propostas,  apontou pontos fortes e fragilidades nos Projetos de Extensão Universitária no Brasil. Entre os pontos fortes, destacou a abertura de portas para a integração, a valorização de ideias, o papel agregador exercido pelos programas dentro das Universidades e o potencial de crescimento desses projetos.
Do lado das fragilidades, o primeiro ítem apontado pela especialista em Gestão  é a Estrutura da Universidade , principalmente a falta de espaço físico e estrutura enxuta.
“Ter voluntários atuando nos Programas é bom, mas é um ponto frágil  para a sustentabilidade”.  Outro aspecto apontado como preocupante é a ausência de recursos próprios para a Extensão Universitária. “Não há uma política do Ministério de Educação e Cultura-MEC,  para as Universidades Abertas da Terceira Idade.  O debate sobre transição demográfica é pequeno.  Também precisamos avançar e muito na aplicabilidade da Política Nacional do Idoso, de 94, que apoia a criação das Universidades Abertas da Terceira  Idade”, pontuou.

Especialista lança reflexões acerca de um modelo ideal

Na ótica da palestrante, a criação de um modelo ideal para os programas de Extensão Universitária passa pela elaboração de um regimento aprovado pelo Conselho Universitário e por sua vinculação com as Reitorias, para especificar as atribuições dos Coordenadores.   Numa lista de  A a G, em que aponta  aspectos para reflexão sobre o que inserir no regimento, a palestrante cita dotação orçamentária, valorização do docente, infra-estrutura adequada, indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, acesso dos alunos inseridos nos Programas ao Restaurante Universitário e biblioteca  e participação nos cursos de Graduação.
“A Universidade ainda é uma instituição conservadora e burocrática. É preciso pensar na Extensão Universitária em equipe, na existência, inclusive, de um organograma”, idealizou, lembrando que é preciso considerar que em 2050 um quarto da população será de idosos.

Engenheiro relata experiência como aluno na UDESC

Já a Dra. Emiliana Debetir, coordenadora do Curso de Educação Sênior, na Universidade do Estado de Santa Catarina –UDESC, destacou os objetivos e o papel da coordenação no Programa de Extensão desenvolvido na UDESC. “O projeto Sênior visa uma mudança de concepção e tem foco sobretudo no empreendedorismo e na empregabilidade. Como coordenadores, temos que procurar voluntários tanto nas empresas como nos programas  sociais existentes”, observou.

A mesa redonda sobre Compromisso e Inovação Social também contou com  a presença do engenheiro Hans Christian Wiedemann, que a convite da Dra. Emiliana relatou sua experiência de aluno na Escola Sênior da UDESC. “Com 74 anos, me sinto muito mais à vontade em falar como pessoa, como gente, do que como engenheiro. A UDESC foi uma experiência fantástica”, disse Hans, observando que o Curso permite aprender a valorizar, identificar potenciais e a desenvolver um novo olhar. Para a frente, para o futuro.”

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