Idosos que fazem uso da Informática demonstram um novo modelo de autonomia e independência, aponta Oficina Interativa

Idosos que procuram novos conhecimentos, como o uso da Informática, demonstram tornarem-se pessoas com autonomia e independência,  saber  lidar com as adversidades e também com a capacidade de fazer parte do processo de mudança na sociedade.

As constatações são dos professores André Junqueira Xavier e Anna Quialheiro Abreu da Silva, da Universidade do Sul de Santa Catarina –UNISUL, coordenadores da Oficina Interativa “Redes Sociais e Cérebro Ativo”, realizada dia 05 último, dentro do Fórum de Coordenadores e Encontro Nacional dos Estudantes da Terceira Idade, em Florianópolis.
Conforme os palestrantes, o cérebro aprende sempre e o aprendizado é a dinâmica do cérebro que nos faz viver. Pelas suas definições, um cérebro ativo é um cérebro criativo, ilimitado, sem medo, que permite comunicar aprendizados para outras pessoas e trocas de experiências com autonomia e independência.

Durante a oficina, Anna Quialheiro  e André Junqueira mostraram a importância da Informática e do uso das redes sociais como ferramentas para o cérebro continuar ativo, desconstruindo velhos paradigmas em relação ao cérebro do idoso.  A forma original e bem humorada com que as palestras foram conduzidas encantou estudantes da terceira idade de todo o País, presentes ao Fórum.

Dr. André sempre foi apaixonado por Informática, desde menino. Durante sua palestra, contou que depois de ter se formado em Medicina e trabalhar como Geriatra, fez mestrado em Informática, na UFSC, porque acreditava que o computador ativa a cognição da memória. Também falou de seu projeto desenvolvido no ano 2000, com idosos.  Na pesquisa científica desenvolvida pelo professor,  dados estatísticos levantados antes e depois do uso da Informática, mostraram que idosos com problemas de memória apresentaram grande evolução e novas possibilidades, inclusive para tomarem decisões, desconstruindo preconceitos em relação ao envelhecimento.
A professora Anna Quialheiro, por sua vez, destacou os benefícios da  Informática  e das redes sociais na melhoria de vida dos idosos. Ao apresentar a evolução das máquinas – “hoje navegamos nas redes sociais em tempo real” - observou,  a palestrante defendeu, inclusive, que se faz necessária uma mudança de olhar para essa fase do desenvolvimento humano, numa alusão ao grande contingente da população idosa existente no Brasil.

De acordo com os professores da Unisul, existem várias camadas de idosos, das mais variadas idades, mas isso não impede a aquisição de conhecimentos. “Necessário se faz estudar sempre”, observaram, lembrando que o novo idoso, ao usar a Informática tem demonstrado  autonomia e independência. “Também não existe certo ou errado. O importante é o estímulo cerebral com a tecnologia”, observou a professora Anna.
Quanto à preocupação existente com relação à memória, os palestrantes observaram que não procede, pois o cérebro humano foi feito para resolver problemas, tomar decisões. “Um cérebro ativo toma decisões e resolve problemas”, enfatizaram, lembrando que o cérebro não foi feito para memorizar coisas, datas e lugares, mas sim para guardar as sensações que vivenciamos.
Exemplo citado na Oficina mostrou como funciona o cérebro. Vamos supor que estamos num lindo parque, sentindo a brisa e a beleza das árvores e das flores. Não necessariamente precisamos contar para guardar na memória quantas árvores, bancos e flores povoam este lugar encantador. Apenas guardamos a sensação de prazer vivida nesse lugar, exemplificaram os palestrantes. A palestra “Redes Sociais e Cérebro ativo” integrou um total de sete oficinas interativas ofertadas durante o Fórum de Florianópolis, realizado de 03 a 06 de outubro, no Centro de Eventos da UFSC.

Da esquerda para a direita: Professor André Junqueira, Maria da Graça Miranda, membro do Blog integraNETI e que colaborou nesta matéria e a professora Anna Quialheiro, no encerramento da Oficina