Leitora estreia no Blog com artigo e dicas de filmes sobre Educação

A seção Dicas de Filme do Blog integraNETI foi triplamente prestigiada nesse mês de setembro. Primeiro, porque recebeu a primeira colaboração efetiva de um integrante do NETI.  Raquel Maia Liberato,  estudiosa de Cinema, faz sua estreia no Blog com o artigo “Pensando a Educação”. Segundo, porque além de atual e pertinente, o enfoque por ela escolhido abre espaços para reflexões e considerações, seja por parte de educadores, de pais, de alunos, pela sociedade em geral. Por último, nossa leitora sugere uma filmografia escolhida a dedo sobre o tema Educação, contemplando também o cenário internacional, com produções realizadas na Alemanha, França, China, Argentina e Estados Unidos, a exemplo dos filmes aqui indicados. Confira abaixo o artigo de Raquel Liberato, inspirado no filme americano “Escritores da Liberdade” e suas outras dicas!!


Pensando a Educação
(Por Raquel Maia Liberato)

Assistindo com amigos, recentemente, o filme americano “Escritores da Liberdade”, conhecemos uma Professora apaixonada por sua profissão, idealista, sonhadora, determinada e criativa.
Recém-formada, foi designada para uma turma muito especial; aquela que nenhum professor deseja, nem mesmo a escola gostaria de ter, se não fossem obrigados pela Secretaria de Educação, diante da Lei de Integração Social de imigrantes, gangues e delinquentes.
Isso exigiu que a Professora Erin Gruwell não seguisse os parâmetros tradicionais. A turma turbulenta exigiu criatividade, sensibilidade e equilíbrio emocional dessa professora, que não se deixou abater com melindres, resgatando a autoestima, a possibilidade de ser e viver diferente do que conheciam até ali.
A turma de excluídos da sociedade tornou-se uma grande família, com muitas conquistas. Todos completaram o segundo grau e alguns conquistaram títulos acadêmicos.
Após o filme, refletimos e fizemos paralelos com a educação em nossas escolas públicas e a violência vigente, onde alunos agridem colegas e professores.
O que ouvi pareceu-me muito niilista, aliás, o Brasil está niilista, sem esperanças, sem sonhos, sem expectativas positivas.
A partir deste fato pesquisei outros filmes cujo tema fosse educação. Descobri que em todo o mundo, as escolas públicas passam por dificuldades idênticas às brasileiras. 
Porém, sempre surgem professores que fazem a diferença e isso não é diferente no Brasil. Seja pela sensibilidade, valorização do ser humano ou pelo interesse dos professores nas histórias de vida dos alunos, o ser humano é mais importante que as matérias curriculares obrigatórias.
E onde o ser humano era valorizado e compreendido, as dificuldades imensas de inicio eram superadas e os jovens e crianças renasciam.
Esses professores são exceções, pois na faculdade não são ensinados como lidar com alunos rebeldes, violentos e com um sistema educacional falido.
O que está errado não é o aluno. É todo um sistema educacional obsoleto e despreparado para os desafios de uma sociedade exclusiva, desigual e intolerante.
Sempre há esperança… e descobri que pelo mundo afora existe uma saída se investirmos na educação de nossos professores. Num vídeo documentário em uma escola brasileira, uma aluna adolescente dizia que compreendia os baixos salários dos professores, mas que ela tinha direito a educação e tudo isso era pra ser discutido por todos: escola, família, sociedade e políticos, somente assim poderia haver mudanças positivas. Então há esperança, mesmo diante do caos.
Se houver um trabalho junto a alunos e professores, acerca dos verdadeiros valores éticos e humanos, tão esquecidos em nossa sociedade atual, competitiva, consumista, desigual, intolerante ao diferente e ao excluído.
Há esperança…
Diante dos professores de vários países, que deram a volta por cima das dificuldades, podemos dizer que há esperança para as escolas públicas brasileiras. Há esperança se a sociedade procurar se unir diante da necessidade urgente de repensar os verdadeiros valores humanos.
Temos salvação, a evolução do ser humano nunca regride, sempre evolui, embora às vezes nos pareça caótica.


Abaixo, a filmografia sugerida por nossa leitora:

Escritores da liberdade- Estados Unidos/Alemanha
Quando sinto que já sei - Brasil
Educação proibida - Argentina
Além da sala de aula – Estados Unidos
Tarja branca- Brasil
Girl Rising – Estados Unidos
Entre os muros da escola - França
A onda- Alemanha
Nenhum a menos - China
O papel do professor na sala de aula – Filósofa Viviane Mosé
O papel do professor – Rubem Alves

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