Aula Inaugural-Março 2017: “É preciso reconhecer a velhice como possibilidade de evolução e aprendizagem", defende diretor do CSE/UFSC
O Brasil tem avançado de forma significativa na compreensão
do conceito de envelhecimento, mas ainda há muito que caminhar para conscientizar
as instituições públicas da importância da educação permanente na terceira
idade. A avaliação é do diretor do Centro Sócio Econômico CSE/UFSC,Irineu
Manoel de Souza, palestrante da Aula Inaugural de 2017, do Núcleo de Estudos da
Terceira Idade- NETI.
A palestra focou Cidadania e Educação Permanente na Terceira
Idade. Irineu de Souza observou que o NETI faz parte da estrutura do
potencial da Universidade Federal de Santa Catarina, ao lado do Núcleo de
Desenvolvimento Infantil, do Colégio de Aplicação e dos Cursos de Graduação e
de Pós-Graduação. “Foi com a criação do NETI, ainda nos anos 80 – mais
precisamente em 1983 – que a UFSC passou a se destacar na educação permanente
para idosos”, fez questão de lembrar.
O palestrante definiu o papel da Universidade, a seu ver,
uma instituição social diferenciada, que se relaciona com a sociedade em função
do conhecimento, fez críticas ao modelo de educação básica desenvolvido pelo
Estado brasileiro, na sua avaliação ainda longe de atender às nossas necessidades,
e falou sobre a importância do exercício da cidadania.
-“A cidadania é um dos motivos que impulsionam os idosos. É
preciso mobilização popular para que ela aconteça”,enfatizou, reconhecendo as dificuldades inerentes a
esta tarefa nos dias de hoje. “O Brasil está numa grande encruzilhada: para que
a igualdade exista, precisamos de uma sociedade livre, justa e solidária, em
que todos os direitos sociais sejam assegurados”, defendeu.
CONSTITUIÇÃO DE 88 E ESTATUTO DO IDOSO: MARCO PARA O BRASIL
Na avaliação do diretor do CSE/UFSC, a busca de um modelo de
educação permanente para a terceira idade no Brasil é uma realidade; cada vez
mais se discute a relevância de programas de Educação para os idosos. “Passo
importante nesse sentido foi dado ainda na década de 90, estimulado pela
Constituição Federal de 1988, que deu autonomia às universidades brasileiras”,
destacou.
-Na década de 90 houve uma ampliação da extensão
universitária. As instituições trabalharam a autoestima, o resgate da
cidadania, o incentivo à autonomia, à integração social. Na década seguinte,
mais precisamente em 2003, surge o Estatuto do Idoso, que entre outras
garantias chega para institucionalizar a educação permanente para idosos”,
lembrou, citando os artigos 3º e 25º do
Estatuto, que discorrem sobre Políticas Sociais Públicas para o idoso e sobre a
criação da Universidade Aberta para a terceira idade.
De acordo com Irineu de Souza, com o envelhecimento
populacional em ascensão – no Brasil os idosos representam cerca de 12% da
população- e com as novas tecnologias, o
próprio conceito de longevidade mudou, o que significa dizer que o País tem
diante de si uma série de desafios.
-“É preciso reconhecer a velhice como possibilidade de
evolução e de aprendizagem;reconhecer a necessidade de estudos cada vez mais
aprofundados sobre envelhecimento. Temos que pensar numa educação permanente
consciente das mudanças do mundo, como uma atividade intrínseca de humanidade,
pensar nos idosos com mais autonomia, assegurou.
ATUALIZAÇÃO CONTÍNUA DOS SABERES SE FAZ NECESSÁRIA
ATUALIZAÇÃO CONTÍNUA DOS SABERES SE FAZ NECESSÁRIA
Entre as alternativas sugeridas pelo palestrante para
ampliação da política de Educação Permanente para a terceira idade na
Universidade Federal de Santa Catarina estão a matrícula de alunos desse
segmento como alunos especiais, retorno de graduado (inserção em vagas que
eventualmente sobram na Universidade) e acesso aos grupos de Pesquisa e
Extensão da UFSC, a exemplo do Projeto Cidadania e Previdência, desenvolvido
com o apoio do NETI.
Como reflexão, propôs uma revisão sistemática das metodologias de educação permanente para a terceira idade e a necessidade da concessão de títulos acadêmicos a estudantes egressos dos programas de universidades da terceira idade. “Também se faz necessária uma atualização contínua dos saberes”, enfatizou Irineu Manoel de Souza.
Como reflexão, propôs uma revisão sistemática das metodologias de educação permanente para a terceira idade e a necessidade da concessão de títulos acadêmicos a estudantes egressos dos programas de universidades da terceira idade. “Também se faz necessária uma atualização contínua dos saberes”, enfatizou Irineu Manoel de Souza.
A aula inaugural foi realizada dia 22 de março último.
Contou com a presença do coordenador de Ações de Extensão, Juan Antonio
Altamirano Flores -PROEX/UFSC e reuniu
professores e alunos num evento que lotou o auditório do CSE/UFSC. O destaque ficou por conta do Grupo de Canto
Vozes da Ilha, do CENETI/UFSC que entre outras canções interpretou o hino de
Florianópolis e o hino do NETI.
Na abertura, a coordenadora do Núcleo, Dra.Jordelina Schier, anunciou dois grandes eventos a serem promovidos pelo NETI, em outubro desse ano, em Florianópolis: o XV Fórum Nacional de Coordenadores de Projetos da Terceira Idade de Instituições de Ensino Superior e o XIV Encontro Nacional dos Estudantes da Terceira Idade. As inscrições para ambos eventos estão abertas e são limitadas. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail forumneti2017@contato.ufsc.br ou na página do evento no Facebook.
Na abertura, a coordenadora do Núcleo, Dra.Jordelina Schier, anunciou dois grandes eventos a serem promovidos pelo NETI, em outubro desse ano, em Florianópolis: o XV Fórum Nacional de Coordenadores de Projetos da Terceira Idade de Instituições de Ensino Superior e o XIV Encontro Nacional dos Estudantes da Terceira Idade. As inscrições para ambos eventos estão abertas e são limitadas. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail forumneti2017@contato.ufsc.br ou na página do evento no Facebook.
A matéria está ótima! Pontos muito importantes foram abordado convidando a todos ums reflexão e tomada de consciência para o potencial a ser trabalhado com aspessoas nesta fase de envelhecimento. Parabéns, Vanda e a todo o grupo do Blog!
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